Senado tenta exalar moralidade com eventual demissão de assessora que aparece em vídeo de sexo

Polêmica extra – Denise Leitão Rocha, assessora parlamentar no Senado Federal, deve ser demitida, de acordo com declaração do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Denise ganhou o noticiário nas últimas horas depois que passou a circular com mais intensidade, no Senado, um vídeo em que ela supostamente aparece fazendo sexo. Dona de corpo escultural, o que despertou ainda mais o interesse da ala masculina dos frequentadores assíduos do Congresso, Denise Leitão Rocha deve ser demitida, segundo o senador, que classificou o episódio como constrangedor.

“Tudo leva a crer que ela vai ser afastada definitivamente”, declarou Ciro Nogueira ao ser questionado sobre a eventual demissão. “Não vou passar o resto do mandato dando explicação sobre uma situação que aconteceu”, completou o parlamentar.

O vídeo em que a assessora supostamente aparece em cenas de sexo já era de conhecimento de alguns jornalistas que cobrem o cotidiano do Senado, mas o material acabou na tela dos laptops de alguns senadores, durante o depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), à CPI do Cachoeira.

Ciro Nogueira destacou que o episódio não ocorreu no Senado. “Isso eu já mandei averiguar, e não. Com certeza não foi no Senado não. Se fosse no Senado, já teria tomado a decisão de demitir sumariamente”, disse o senador.

A eventual demissão da assessora deve levantar uma discussão sobre até que ponto a vida íntima de uma pessoa pode comprometer o seu status profissional. O vazamento do vídeo é uma clara violação da intimidade de Denise Leitão Rocha, que poderá acionar a Justiça para preservar seus direitos.

Ciro Nogueira alega que a assessora, se mantida no cargo, ficará exposta a comentários, o que comprometeria o seu desempenho profissional. “Era uma funcionária exemplar, desempenhava muito bem as funções dela. Nunca tive nenhuma reclamação. O problema é que essa pessoa vai estar exposta a todo tempo e não é um trabalho dentro do gabinete”, declarou.

Em nenhum momento, como integrante de uma Casa que, entre outras atribuições, se dedica à feitura das leis, Ciro Nogueira mencionou qualquer tipo de ajuda à assessora na busca de seus direitos, especialmente por ter sua intimidade violada e exposta, o que por si só configura crime. É preciso descobrir o responsável pelo vazamento do vídeo e processá-lo sob o rigor da lei, antes que esse tipo de prática caia na vala das coisas comuns. Não se pode dar destacada atenção apenas a casos semelhantes que envolvem celebridades, como o ocorrido com a atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos íntimas disseminadas na rede mundial de computadores.

Fazer sexo não é crime e gravar tais cenas não é proibido. Apenas o uso indevido das imagens é que deve ser considerado crime. O grande erro da assessora foi não escolher de forma adequada o companheiro de suas horas de prazer. A eventual demissão de Denise Leitão Rocha será uma oportunidade extra para o Senado mostrar à sociedade uma lufada de moralidade, que há muito não sopra sobre o Congresso Nacional. Há no Legislativo federal um sem fim de escândalos piores do que esse que pode levar a assessora à perda do cargo, para o qual foi escolhida com base em critérios técnicos.

Muito antes de algumas cenas de nudez e sexo serem consideradas indecorosas, deputados e senadores deveriam se preocupar em explicar aos eleitores como se dá o financiamento de uma campanha eleitoral, pois os valores grafados na contabilidade oficial estão a anos-luz da realidade dos gastos. O primeiro caso em que um senador teve seus gastos de campanha questionados publicamente ocorreu com o petista Aloizio Mercadante, hoje ministro da Educação, desmascarado pelo marqueteiro Duda Mendonça na CPI dos Correios, em 2005.

Tomara os maiores problemas do Senado fossem algumas “boazudas” em cenas de sexo explícito. Senhor, escutai as nossas preces!