Boletim do BC confirma preocupação do mercado financeiro com a paralisia da economia e a inflação

Descendo a ladeira – Após três semanas seguidas de alta, a taxa básica de juro, Selic, foi mantida em 8,5% ao ano na previsão feita por economistas das cem maiores instituições financeiras que atuam no Brasil e consultados pelo Banco Central. De acordo com o Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (1), os analistas elevaram ligeiramente a projeção de crescimento da economia, que saltou de 3% para 3,01%.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continua sendo o fantasma que aterroriza os investidores nacionais e estrangeiros. De acordo com o boletim do BC, a inflação, na opinião dos analistas, deve chegar à marca de 5,71% em 2013, mesmo índice da pesquisa anterior. Para o próximo ano, a previsão aponta para inflação de 5,68%, contra 5,60% na pesquisa da última semana. Sempre lembrando que esses números têm como base a inflação oficial, que difere de forma escandalosa da enfrentada pelos brasileiros no dia a dia.

A luz vermelha acendeu mais uma vez no Palácio do Planalto, pois no relatório trimestral de inflação, divulgado também na semana pascal, o Banco Central piorou todas as projeções de inflação para este ano e o próximo, reconhecendo que a alta dos preços deve estourar o teto da meta no acumulado em doze meses entre abril e julho.

O processo inflacionário obrigou os analistas a apostarem em novo período de aperto monetário, que pode ser inaugurado a partir da reunião do mês de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic deve ser elevada, saindo dos atuais 7,25% ao ano. Os economistas consultados pelo BC deixaram inalterada a projeção de 8,5% ao ano para a Selic em 2014.

Na seara do câmbio, a cotação da moeda norte-americana permaneceu estacionada na marca de R$ 2, o que representa a continuidade do impasse que corrói a indústria nacional.

Mesmo diante de um quadro tão desanimador quanto preocupante, o governo de Dilma Rousseff insiste em negar a verdade e continua apostando em medidas inócuas e pontuais, enquanto a economia derrete e os investimentos oficiais têm a reeleição da presidente, em 2014, no cardápio do dia.