Globo faz matéria sensacionalista sobre cigarro contrabandeado e omite críticas ao Estado

Pau mandado – Sofrendo cada vez mais com a queda de audiência, a Rede Globo insiste em levar ao ar reportagens sem opinião crítica e que favorecem o aparelho estatal, como um todo. Nesta segunda-feira, 1º de abril, a emissora carioca veiculou matéria, em São Paulo, que aborda a venda ilegal de cigarros, responsável por 30% do comércio do setor no País.

Protegendo principalmente o governo federal, de quem suga milionárias verbas de publicidade, a Vênus Platinada afirmou na reportagem que o alto preço dos cigarros é uma estratégia de combate ao tabagismo. Nada pode ser mais burro e utópico do que essa afirmação. Fumar é um vício, que como tal ganha status prioritário na vida do dependente da nicotina.

O que a Globo deveria ter feito na matéria, mas não fez, é criticar a postura falha do Estado, que arrecada valores absurdos em impostos na comercialização do cigarro e não combate o contrabando nas fronteiras. Sem contar que merecia críticas o fato de o governo empurrar o cidadão à compra de um cigarro contrabandeado que custa R$ 0,75 o maço, enquanto o legalizado custa, em média, R$ 3,50.

Muito além dos mais de produtos cinco mil ingredientes químicos que carrega, o cigarro traz a voracidade arrecadatória de um Estado incompetente e paralítico, que aceita o suicídio lento do cidadão desde que a velocidade da cornucópia tributária não seja comprometida.

Quando o cidadão busca um cigarro contrabandeado que custa um quarto do valor do oficial, é porque a economia está à deriva e o poder de compra do salário enfrenta um processo de corrosão.