Liquidação do Rural sumiu do noticiário, mas banco ainda guarda provas bombásticas do Mensalão

Muita atenção – De maneira estranha, a liquidação do Banco Rural, instituição financeira que viabilizou o Mensalão do PT, desapareceu do noticiário como se a decisão do Banco Central nada representasse. Quando o PT engrossava e liderava as fileiras da oposição, um assunto como esse jamais teria sumido da mídia da noite para o dia.

O Banco Rural, que aderiu ao esquema financeiro operado pelo publicitário Marcos Valério e realizou estranhas operações de crédito com o Partido dos Trabalhadores, há muito enfrentava problemas e a liquidação era inevitável.

Apesar das inúmeras denúncias feitas pelo ucho.info, as autoridades do Judiciário não deram a devida atenção aos empréstimos, classificados como fraudulentos pelo STF durante o julgamento da Aço Penal 470, assunto que poderia esclarecer ainda mais o esquema criminoso montado pelo PT para cooptar parlamentares no Congresso Nacional.

Até a descoberta do esquema, que teve o Palácio do Planalto como incubadora e central de operações, o Banco Rural não esboçou qualquer preocupação com os empréstimos vencidos e não pagos pelo PT. Afinal, os tais empréstimos eram fictícios e serviram para a repatriação de dinheiro depositado no exterior. Os valores, decorrentes também das propinas cobradas de empresários em Santo André, foram inicialmente remetidos para bancos estrangeiros. Após a morte do então prefeito Celso Daniel, assassinado brutalmente por discordar da destinação dada ao dinheiro da propina, as tais contas bancárias registraram diversas movimentações, de acordo com declarações de um dos seus irmãos à CPI dos Bingos.

Com o advento dos empréstimos fictícios do Mensalão do PT, o dinheiro sujo foi transferido para bancos sediados em paraísos fiscais que tinham ligações com o Rural, sendo que a internação dos recursos se deu por meio das operações de crédito. A mais contundente prova desse dinheiro depositado em bancos estrangeiros foi o pagamento feito ao publicitário Duda Mendonça, através de depósito em conta bancária aberta em paraíso fiscal em nome da empresa “offshore” Düsseldorf.

Com a liquidação do Banco Rural, provas dessas operações bisonhas e criminosas podem desaparecer por encomenda, uma vez que esses documentos não devem constar da contabilidade oficial da instituição. É preciso que as autoridades reabram a investigação do caso, exigindo a busca e apreensão dos documentos, sob pena de não o fazendo permitir que o mais escandaloso capítulo do Mensalão do PT simplesmente desapareça.