Pequim teme pelo pior e endurece o jogo com manifestantes em Hong Kong

(C. McGrath - Getty Images)
(C. McGrath – Getty Images)
Força total – Pelo menos uma dezena de manifestantes foi detida, na noite de domingo (30), em novos confrontos entre manifestantes pró-democracia e a polícia chinesa, informou a Federação de Estudantes de Hong Kong, que convocou o protesto junto ao movimento Scholarism.

“Queremos a verdadeira democracia”, “Cercar a sede. Paralisar o governo”, “Queremos o sufrágio universal”, gritavam os manifestantes, enquanto a polícia, que destacou quase três mil agentes para a área, lhes pedia através de alto-falantes que se dispersassem.

Além dos manifestantes que se encontravam na linha da frente, milhares de pessoas ocuparam o parque Tamar, perto da sede do governo. O número de manifestantes tem diminuído desde o início dos protestos, há dois meses. Eles exigem eleições livres em 2017 para o governo da cidade chinesa que goza de autonomia parcial.

A China se recusa a ceder e o apoio público tem diminuído devido à ocupação de importantes vias da cidade, que prejudica o cotidiano dos habitantes. Em seu auge, os protestos atraíram até 100 mil pessoas às ruas da cidade, que foi colônia britânica até 1997.

Na madrugada do último sábado (29), confrontos entre os manifestantes pró-democracia e a polícia deixaram dez feridos e 28 pessoas foram detidas.

O governo de Pequim desde o início do movimento vem endurecendo o jogo com os manifestantes, pois teme que se atender às reivindicações dos rebelados em Hong Kong pode surgir um efeito cascata que colocará em risco o obtuso regime comunista que impera no país da Grande Muralha. Apesar de as comunicações serem controladas na China, começando pela internet, os chineses de alguma forma recebem informações do que acontece ao redor do planeta em termos de democracia e liberdade de expressão.

No momento em que a luta dos manifestantes de Hong Kong conquistar de maneira mais consistente os usuários da rede mundial de computadores, o governo chinês poderá ser alvo de uma pressão enorme, uma vez que a opinião pública global repudia governos totalitaristas. Os movimentos decorrentes da chamada Primavera Árabe ejetaram do poder muitos ditadores, não sem antes obrigar outros a suavizar decisões e promover mudanças na direção da democracia. Os chineses que não percam a esperança, pois a liberdade de opinião é uma questão de tempo. (Com agências internacionais)

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