Governador do RS não suporta cobranças, abre mão do reajuste salarial e leva dois deputados

joseivo_sartori_02Marcha à ré – O peemedebista José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, não suportou a cobrança da imprensa, da população gaúcha e dos adversários e acabou abrindo mão do reajuste do próprio salário, sancionado na última sexta-feira (16). Em matéria publicada logo após o anúncio da medida, o UCHO.INFO noticiou que os aumentos salariais representavam um absurdo, pois o governo enfrenta enormes dificuldades para honrar suas contas.

No rastro da política de corte de gastos, anunciada no dia da posse, Sartori acabou eliminando os recursos usados para o pagamento de horas extras de integrantes da Brigada Militar, por exemplo, o que afetou sobremaneira as patrulhas policiais e o atendimento do Corpo de Bombeiros. Também desistiu do aumento salarial o vice-governador José Paulo Cairoli (PSD).

Os secretários estaduais terão os salários aumentados para R$ 19 mil, enquanto o governador, com o congelamento salarial, receberá R$ 17.347,00 mensais. Uma remuneração polpuda, se considerarmos que o chefe do governo tem todas as despesas custeadas pelo suado dinheiro do contribuinte.

O aumento do salário do governador e do vice representaria um gasto extra de R$ 200 mil por ano para o erário gaúcho, mas é preciso dar o exemplo no momento em que os cofres oficiais da terra de chimangos e maragatos estão à míngua.

Em comunicado à imprensa, Sartori destacou que tomou a medida porque “a opinião pública reagiu”, afirmando que considerou a opinião das pessoas com as quais convive diariamente. O governador dos gaúchos disse também ficou “muito em dúvida” ao sancionar o aumento e que a má situação financeira do Estado não foi gerada em seu governo. “Quem mais erra é quem não tem a humildade de voltar atrás. Ouvi a voz dos gaúchos”, disse Sartori.

Se o déficit no caixa do governo não de sua responsabilidade, mas do antecessor, o petista Tarso Genro, que o novo governador mostre que chegou ao Palácio Piratini para mudar o status quo. Ademais, se Sartori ficou na dúvida, que não tivesse sancionado o projeto de lei que contemplava aumentos salariais para a cúpula de outros Poderes, incluindo deputados estaduais, desembargadores, conselheiros do Tribunal de Contas, defensores públicos e promotores.

É importante salientar que nesse trem da alegria patrocinado por José Ivo Sartori, pelo menos dois deputados estaduais do Rio Grande do Sul abriram mão dos aumentos salariais: o peemedebista Tiago Simon, filho mais velho do senador Pedro Simon, e Marcel Van Hattem, do Partido Progressista. Os outros parlamentares embolsarão a benesse financiada pelo contribuinte.

Aos brasileiros fica a lição de que o País precisa daqueles que reclamam e cobram de forma coerente, firme e responsável, sem direito a badernas e depredações. Assim funciona o Estado Democrático de Direito.

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