Balanço da Petrobras é mal recebido e ações da empresa despencam; culpados deveriam estar presos

petrobras_17Mãos ao alto – Na noite de quarta-feira (22), quando o UCHO.INFO afirmou que o balanço auditado da Petrobras não passava de uma obra de ficção para inglês ver, muitos acreditaram ser uma afirmação de cunho oposicionista, mas, ao contrário do que vociferaram alguns críticos, foi uma forma elegante de apontar o indicador na direção da mentira. Mais uma no cipoal de mitomania em que se esconde o Partido dos Trabalhadores, responsável pelo maior escândalo de corrupção da história.

Para referendar a nossa crítica em relação à contabilidade da estatal bastaram os primeiros minutos do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), nesta quinta-feira (23), quando as ações da empresa registravam queda, no rastro de um embuste oficial anunciado por Aldemir Bendine, presidente da petrolífera.

Às 10h25, as ações preferenciais da Petrobras (PN) recuavam 7,39%, enquanto as ordinárias (ON) recuavam 5,03%, ambas no primeiro lugar da fila das maiores baixas do Ibovespa. Simultaneamente, o principal índice da Bovespa registrava desvalorização de 0,68% (54.245 pontos). No meio desse turbilhão de preocupações com a estatal, um alento surgiu com a elevação, feita pelo HSBC, da projeção de preço-alvo para ações preferenciais da Petrobrás de R$ 7 para R$ 9. Apesar desse dado positivo, a maioria dos investidores continua se desfazendo das ações da companhia, a petroleira mais endividada do planeta.

Ao anunciar que a Petrobras teve, em 2014, perdas de R$ 6,2 bilhões decorrentes da corrupção, Bendine tentou aplicar um “passa moleque” no mercado financeiro, pois é sabido que esse número refere-se à roubalheira ocorrida apenas no ano passado, não sendo considerados os desfalques praticados ao logo dos últimos dez anos, período em que o PT teve apoio incondicional no Congresso Nacional. Ou seja, as perdas da Petrobras com esquemas de corrupção são muito maiores do que as anunciadas até então.

Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis e corajosas, os diretores da Petrobras e os integrantes do governo petista já estariam presos e com os bens confiscados. No Brasil, onde a pressão nos bastidores exercida por políticos intimida os covardes, os saltimbancos continuam livres.

Não bastasse o prejuízo provocado pelo Petrolão, a companhia registrou perda de R$ 44,636 bilhões, decorrente de desvalorização de ativos. Com isso, a Petrobras registrou prejuízo final de R$ 21,587 bilhões em 2014, o primeiro resultado negativo anual desde 1991. Lembrando que os números da balanço referentes à corrupção correspondem apenas ao ano de 2014, ficando de fora dessa conta macabra o assalto praticado desde 2005.

Ademais, a forma como os auditores chegaram ao prejuízo provocado pela corrupção é no mínimo irresponsável. Além dos dez anos de derretimento dos cofres da Petrobras, as delações premiadas no âmbito da Operação Lava-Jato ainda estão na metade do percurso. Ou seja, muita lama ainda há de surgir no caminho, potencializando os prejuízos produzidos pelo esquema criminoso que envolveu políticos e partidos da chamada base aliada do governo do PT.

A bordo de fala pouco convincente, como sempre, Aldemir Bendine tentou minimizar o estrago contido no balanço com a afirmação de que a Petrobras aumentou, no período, a produção de óleo e gás. Esse dado pouco importa, pois a eficiência da companhia está em 4% negativos, o que significa que a produção também gera prejuízo.

Fora isso, o endividamento da Petrobras deu um salto de 31%, chegando a incríveis R$ 351 bilhões. O que significa que a empresa terá dificuldade de conseguir recursos financeiros para investir na produção. Em suma, a Petrobras, que foi transformada em palco das bandalheiras petistas – e também dos aliados – está naquela famosa situação do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

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