Tumulto em Meca deixa mais de 700 mortos e quase 900 feridos

(Mohammed Al-Shaikh - AFP)
(Mohammed Al-Shaikh – AFP)
Tragédia e fé – A Defesa Civil da Arábia Saudita informou, nesta quinta-feira (24), que pelo menos 717 pessoas morreram e 863 ficaram feridas em tumulto envolvendo peregrinos que acabaram pisoteados em Meca, a cidade sagrada para o Islamismo, onde três milhões de pessoas participam do Hajj, o rito muçulmano da peregrinação.

A Arábia Saudita é um país fechado, mas informações dão conta que o tumulto aconteceu na área de Mina, cidade a cerca de dez quilômetros ao leste de Meca. O número de vítimas ainda não é definitivo.

A Defesa Civil saudita declarou que equipes estão separando as pessoas em grupos e dirigindo-as por caminhos alternativos. Cerca de quatro mil homens participam das operações de resgate com mais de 200 ambulâncias e outros veículos.

A tragédia aconteceu no terceiro dia da peregrinação, quando os fiéis se dirigiam de seus acampamentos para o local onde cumpririam o rito do apedrejamento das três colunas que simbolizam as tentações do diabo. Os peregrinos haviam retornado da área próxima de Muzdalifah, onde passaram a noite e recolheram as pedras que são lançadas contra os pilares de Satanás.

A Arábia Saudita mobilizou cerca de 100 mil policiais para garantir a segurança durante a peregrinação. As autoridades também anunciaram que estariam em alerta com relação a possíveis atentados depois que o grupo jihadista Estado Islâmico atacou as forças de segurança e várias mesquitas xiitas no país nos últimos meses.

No último dia 11, 107 fiéis morreram e 238 ficaram feridos após a queda de um guindaste no interior da Grande Mesquita de Meca. O último grande acidente durante o haj aconteceu em 2006, quando pelo menos 346 peregrinos foram mortos enquanto participavam da cerimônia de apedrejamento.

A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã, junto com a “shahada” (profissão de fé), a esmola, a oração e o jejum no mês do Ramadã. (Danielle Cabral Távora)

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