Considerado durante décadas como “abono de Natal”, o décimo terceiro salário deverá injetar na economia brasileira, até dezembro deste ano, aproximadamente R$ 173 bilhões, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 2014, o pagamento do décimo terceiro colocou R$ 158 bilhões em circulação, mas é preciso destacar que naquele momento a verdade sobre a economia nacional ainda estava sob o mano mentiroso da corrida presidencial.
O valor que ingressará na economia verde-loura representa 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Dieese, aproximadamente 84,4 milhões de brasileiros devem receber o décimo terceiro salário este ano, o que representa uma renda extra de R$ 1.924. Contudo, o contingente de trabalhadores que receberão o benefício é 0,3% inferior ao de 2014.
Apenas para lembrar, o mesmo Dieese estabelece como salário mínimo ideal o valor de R$ 3.210,28 (outubro). Ou seja, o valor médio do décimo terceiro salário está quem do ideal fixado pelo órgão. Traduzindo, a mediana do 13º equivale a 59,93% do salário ideal.
O Dieese explica que o impacto é uma “projeção do volume total de 13º salário que entra na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses de 2015”, apesar de a maior parte do valor ser pago no final do período.
No cálculo, o Dieese considera apenas os trabalhadores do mercado formal, não levando em conta os autônomos, assalariados sem carteira assinada ou trabalhadores com outros contratos que recebem algum tipo de abono no fim do ano.
Dos trabalhadores que receberão o benefício, cerca de 33,6 milhões são aposentados ou pensionistas do INSS, os quais colocarão no bolso R$ 51,5 bilhões (29,7% do montante total a ser pago).
“Considerando-se apenas os beneficiários do INSS, o quantitativo chega a 32,6 milhões de pessoas e um valor de R$ 32,7 bilhões. Outros R$ 121,7 bilhões, ou 70,3% do total, irão para os empregados formalizados; incluindo os empregados domésticos. Aos aposentados e pensionistas da União, caberá o equivalente a R$ 8 bilhões (4,6%), aos aposentados e pensionistas dos Estados, R$ 8,6 bilhões (5,0%) e R$ 2,1 bilhões aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios”, informa o Dieese.
O Dieese, que durante anos foi fonte de inspiração para os discursos rascantes do então oposicionista PT, não fez uma previsão sobre quantos beneficiados com o décimo terceiro destinarão os recursos, ou parte, para a quitação de dívidas.
Uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos em Finanças (Anefac) apontou que 74% usarão o benefício para o pagamento de dívidas. Entre os consultados pela Anefac, a grande maioria declarou que a prioridade é quitar ou diminuir a dívida do cartão de crédito e do cheque especial. Mesmo assim, Dilma Vana Rousseff, a incompetente que comanda o País, insiste em afirmar que o momento é de travessia.
