Turquia alerta que crise migratória tende a piorar se ataques na Síria não forem interrompidos

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Caso os ataques realizados pelas forças do governo sírio não sejam interrompidos, a Turquia acredita que a crise migratória deve piorar. Pelo menos foi o que disse Ibrahim Kalin, porta-voz e assessor do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta sexta-feira (26). Ele afirmou também que o governo da Turquia deportou 3,8 mil pessoas como parte dos esforços de combate ao Estado Islâmico.

Conforme o porta-voz de Erdogan, o país apoia o cessar-fogo marcado para a zero hora deste sábado, mas tem sérias dúvidas de que a medida surtirá efeito na tentativa de reduzir a violência no país.

“A princípio, apoiamos este cessar-fogo, mas infelizmente temos sérias dúvidas sobre o futuro deste plano na medida em que os confrontos continuam ocorrendo”, destacou Kalin.

O governo sírio se comprometeu a cumprir o plano acertado entre Estados Unidos e Rússia. Além disso, a principal aliança de oposição ao governo de Bashar Assad também se disse pronta para a trégua de duas semanas, vista por eles como uma forma de testar as intenções do governo sírio.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Unicef estabelecerão uma rede de 20 centros especializados de assistência para crianças e famílias refugiadas em toda a rota que vai das ilhas gregas até seus destinos no norte da Europa.


Os centros, denominados “Blue Dots” (pontos azuis), oferecerão espaço seguro para as crianças e suas famílias, além de serviços vitais como controles médicos, áreas de jogos, assistência psicossocial, aconselhamento legal e conexão à internet. Os centros estarão situados em pontos fronteiriços e onde houver locais de registro.

Alguns dos centros já estão em funcionamento e outros estarão muito em breve nas ilhas do Mar Egeu onde chegam os refugiados – a maioria sírios – que provêm da Turquia. Além disso, haverá centros em Gevgelia, na fronteira sul e um em Tabanovce, na fronteira norte da Macedônia.

Na Sérvia haverá centros em Presevo e Miratovac (na fronteira sul) e Sid e Adasevci (na fronteira norte); na Croácia haverá um na cidade de Svravonski; e na Eslovênia será aberto um em Dobova, no sul, e outro em Shentia, no norte.

O objetivo é que durante toda a rota desde o Mediterrâneo até os países do norte europeu os refugiados contem com pontos de referência onde possam ser atendidos. Atualmente dois terços dos refugiados em rota na Europa são mulheres e crianças.

Os centros terão como meta também identificar os menores que viajam sozinhos para tentar reuni-los com suas famílias. Só em 2015, 90 mil menores desacompanhados se registraram e solicitaram asilo na Europa, especialmente na Alemanha e na Suécia.

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