Gleisi Hoffmann deporá na segunda-feira na ação penal a que responde no STF por corrupção passiva

Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) é a mais perfeita tradução do Partido dos Trabalhadores, legenda da qual é presidente. Na próxima segunda-feira (28), Gleisi comparecerá vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) para depor na ação penal em que é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Trata-se apenas da primeira ação decorrente da Operação Lava-Jato em que a senadora paranaense está envolvida de forma incontestável, apesar das suas negativas e da defesa.

Mencionada nas planilhas de propina das empreiteiras do Petrolão sob os sugestivos codinomes “Coxa” (referência ao Coritiba Foot Ball Club) e “Amante”, Gleisi Helena foi acusada de corrupção por sete delatores da Lava-Jato e está sendo investigada no escopo de três operações da Polícia Federal.

Na ação em que a petista é ré e será interrogada no STF, a Procuradoria-Geral da República acusa Gleisi e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) de terem solicitado R$ 1 milhão em propina a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. O dinheiro, segundo as investigações, foi usado na campanha (vitoriosa) de Gleisi ao Senado em 2010.


O julgamento da ação está previsto para o final de novembro. No caso de a decisão final da Corte ser desfavorável a Gleisi Helena – é o que se espera –, o PT poderá viver a curiosa situação de ter um candidato à Presidência (Lula) condenado por corrupção e a “comandante” nacional do partido condenada pelo mesmo crime. O PT, não custa lembrar, chegou ao poder prometendo fazer uma revolução ética na política.

Paulo Bernardo, o marido de Gleisi, simplesmente desapareceu da cena política, permanecendo recolhido em Curitiba, bem longe do burburinho que brota das ações penais. Quando foi preso em junho de 2016 na esteira da Operação Custo Brasil, Bernardo teve uma amostra do que pode aguardar o casal.

O ex-ministro foi levado à prisão sob a acusação de chefiar uma quadrilha que subtraiu mais R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados por meio do sistema Consist. Segundo os investigadores, Gleisi teria se beneficiado diretamente do esquema criminoso.

apoio_04