Economia apresenta ligeiros sinais de melhora, mas ainda há muito que fazer para derrotar a crise

De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (21), o mercado financeiro elevou pela quinta semana consecutiva a projeção para a inflação de 2017. Segundo os economistas das maiores instituições financeiras em atividade no País, o cálculo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,50% para 3,51%.

Para 2018, o IPCA foi mantido em 4,20%, como acontece há cinco semanas seguidas. As estimativas para os dois anos permanecem abaixo do centro da meta de 4,50% que deve ser perseguida pelo BC, com intervalo de tolerância entre 3% e 6%.

Essa nova alta do IPCA mostra que a economia brasileira saiu do cenário de gravidade da crise, mas ainda há muito o que fazer para que a retomada do crescimento seja um movimento sustentável, a ponto de passar confiança aos consumidores e principalmente aos investidores.

Taxa de juro

Para alcançar a meta de inflação estabelecida pelo governo, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic, atualmente fixada em 9,25% ao ano. A expectativa do mercado financeiro para a Selic ao final de 2017 e de 2018 segue em 7,50% ao ano.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter o consumo excessivo, o que gera reflexos nos preços porque as taxas de juro mais altas acabam encarecendo o crédito ao consumidor e estimulando os investimentos na caderneta de poupança. Por outro lado, quando a autoridade monetária opta pela redução do juro básico, a tendência é que o crédito fique mais barato com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.


Produto Interno Bruto

As projeções dos analistas do mercado financeiro consultados pelo BC apontam para expansão do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que o índice foi mantido em 0,34% para o corrente ano e 2%, em 2018.

No contraponto, segundo o Monitor do PIB, divulgado nesta segunda-feira pela Fundação Getúlio Vargas, a economia nacional registrou recuo de 0,24% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o período igualmente anterior.

Dados da pesquisa revelam que no primeiro trimestre o PIB registrou alta de 0,99%. Contudo, comparação com o segundo trimestre de 2016, o recuo foi ainda maior: 0,30%. O principal destaque negativo neste tipo de comparação foi a queda de 1,8% da indústria, influenciada pela redução de 7,4% do setor da construção.

Sob a ótica da demanda, os investimentos tiveram recuo de 5,1%. Por outro lado, o consumo das famílias avançou 0,6%, após nove trimestres seguidos de queda. O resultado positivo foi influenciado pelos consumos de bens duráveis (3,8%), semiduráveis (7,3%) e não duráveis (0,5%).

Analisando-se apenas o mês de junho, o PIB cresceu 2,65% na comparação com maio, após queda de 5,79% na passagem de abril para maio. (Com ABr)

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