Acordo de colaboração de Lúcio Funaro reforça obsessão da PGR pela queda do presidente Michel Temer

Continua a saga protagonizada pelo ainda procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que tem como enredo a derrubada do presidente Michel Temer (PMDB). Depois da investida contra o peemedebista no âmbito da bisonha e premiadíssima delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista e de Ricardo Saud, do Grupo J&F, agora Janot usa o acordo de colaboração firmado nesta terça-feira (22) com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro para estocar Temer.

Operador financeiro de parte do PMDB e ligado ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também preso na Operação Lava-Jato, Funaro promete detalhar esquemas de corrupção que envolvem Michel Temer e outros estrelados da política nacional.

Lúcio Funaro contratou o advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pelo igualmente estranho acordo de colaboração do doleiro Alberto Youssef, que em qualquer lugar do planeta, mesmo sob delação, estaria atrás das grades. Youssef violou acordo de delação firmado no escopo do escândalo do Banestado, mas acabou contemplado na Lava-Jato. Ambos os casos sob a batuta do juiz Sérgio Moro.

É importante salientar que fatos envolvendo Michel Temer, a serem revelados por Funaro, só poderão ser investigados se as transgressões foram cometidas no exercício do mandato de presidente da República, como determina a legislação vigente. Qualquer eventual crime cometido antes desse período só será investigado quando Temer deixar o Palácio do Planalto.

Funaro teria afirmado aos procuradores da República que o presidente Michel Temer sabia do esquema de propinas que funcionava na Petrobras e orientou a forma de distribuição do dinheiro desviado da Caixa Econômica Federal.


Sobre as propinas no âmbito da Petrobras, não apenas Temer sabia do esquema criminoso, mas o governo como um todo, começando por Dilma Rousseff e Lula, contra os quais a Procuradoria-Geral da República nada fez. Se isso é crime, o melhor é cercar a Esplanada dos Ministérios para impedir a saída daqueles que tinham conhecimento do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos.

No que tange a distribuição do dinheiro desviado da Caixa, se Lúcio Bolonha Funaro não apresentar provas, seu acordo de delação será tão pífio quanto o de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que gravou conversas com alguns próceres peemedebistas como se fosse encomenda de terceiros.

É importante destacar que o fato de Janot ter alçado Michel Temer à mira beira o inexplicável, o que não significa que deve-se deixar de punir corruptos e corruptores, pelo contrário. Porém, a punição precisa acontecer dentro da lei e com base em provas consistentes, sob pena de, assim não ocorrendo, qualquer investigação ou acusação cair no descrédito, dando mais força ao criminoso.

O melhor exemplo dessa obsessão é o caso da mala com R$ 500 mil em dinheiro entregue ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em uma conhecida pizzaria paulistana. Segundo apurou o UCHO.INFO, a tal mala estava monitorada eletronicamente, mas nada foi feito pelos investigadores porque a mesma não chegou ao destino esperado pela PGR: a casa de Michel Temer em São Paulo, o Palácio do Jaburu ou o avião presidencial.

A mala permaneceu o tempo todo em um apartamento na Alameda Lorena, na região dos Jardins, na capital paulista, onde, segundo consta, reside pessoa da família de Loures. Por outro lado, a mala devolvida às autoridades por Rocha Loures não seria a mesma que ele recebeu das mãos do executivo da JBS. Em outras palavras, os investigadores fizeram uma lambança sem precedentes.

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