Declaração de Cármen Lúcia na abertura do ano Judiciário mostra que Lula precisa mudar de advogado

Quem conhece os bastidores do Poder em Brasília sabe que a fala da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, na abertura dos trabalhos do Judiciário confirmou, nas entrelinhas, o que o UCHO.INFO já noticiou: ou a defesa de Lula muda de estratégia de maneira radical ou o petista-mor será obrigado a trocar urgentemente de advogado.

Responsável até agora pela defesa do ex-metalúrgico, o histriônico advogado Cristiano Zanin Martins parece ter assimilado o plano da cúpula do PT, que optou pela politização do julgamento e por seguidos ataques ao Judiciário. E a estratégia não surtiu efeito, pois o julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), realizado no último dia 24 de janeiro, terminou com a rejeição do recurso de Lula e o aumento da pena de prisão para 12 anos e 1 mês.

“Pode-se ser favorável ou desfavorável à decisão judicial pela qual se aplica o direito. Pode-se buscar reformar a decisão judicial, pelos meios legais, pelos juízos competentes. É inadmissível e inaceitável desacatar a justiça, agravá-la ou agredi-la. Justiça individual fora do Direito não é justiça, senão vingança ou ato de força pessoal”, afirmou a presidente do STF, em duro recado à defesa de Lula.

O discurso de Cármen Lúcia aconteceu uma semana após Lula afirmar “não ter nenhuma razão para respeitar a decisão” da 8ª Turma do TRF-4, que confirmou por unanimidade e na íntegra a sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente da República por corrupção e lavagem de dinheiro no caso que tem na pauta o polemico apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista.

Os discursos mais recentes de Lula e muitos dos seus “companheiros” foram marcados por persistente elação do tom, reveleando o desespero que tomou conta do partido por causa da possibilidade crescente de o líder da legenda ser preso nas próximas semanas.


Apesar do viés beligerante dos discursos, os petistas sempre ficam na seara da ameaça, a exemplo do que ocorreu por ocasião do impeachment de Dilma Rousseff, quando os “camaradas” prometeram sair às ruas de armas em punho e incendiar o País.

A grande preocupação do PT é sofrer novo processo de encolhimento nas eleições de outubro próximo, fazendo com que o partido perca espaço no Congresso Nacional e, consequentemente, recursos da verba partidária.

Mesmo com a mais recente pesquisa Datafolha, cujos resultados foram divulgados na quarta-feira (31), apontando para a liderança de Lula na corrida presidencial, caso ele possa ser candidato, o PT tem consciência de que seu maior líder dificilmente participará da disputa pela Presidência da República. Em especial porque o STF não tem mostrado disposição para retomar a discussão da prisão após decisão de segunda instância.

Por outro lado, também tirando o sono dos petistas, o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, defendeu nesta quinta-feira que a Lei da Ficha Limpa torna inelegível o candidato condenado em segunda instância “Eu não vou emitir juízo concreto sobre isso, mas quando há decisão de segundo grau, esses crimes dão ensejo à inelegibilidade”, disse Gilmar.

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