Após dois meses de batalha jurídica e desgastes ao governo, PTB desiste de ter Cristiane Brasil no Trabalho

Demorou, mas o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) percebeu que insistir no nome de Cristiane Brasil para o comando do Ministério do Trabalho poderia trazer mais prejuízos. Com isso, a legenda decidiu indicar novo nome para o posto, vago desde que a posse da deputada federal licenciada foi barrada pela Justiça.

Como afirmou o UCHO.INFO no decorrer dessa epopeia petebista, o fato de Cristiane Brasil ter sido condenada pela Justiça do Trabalho não representava impeditivo para que ela assumisse o posto, mas nessa barafunda chamada Brasil a condenação é eterna, mesmo que a pena tenha sido cumprida. O único motivo considerado como grave é o fato de a deputada ter ameaçado assessores do próprio gabinete para conseguir votos.

Com a batalha jurídica em torno da posse de Cristiane Brasil a um passo de ingressar no terceiro mês e com a possibilidade de o STF sobre decidir sobre o caso somente no segundo semestre, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, preferiu abrir mão da indicação da filha e escolher outro correligionário para o posto.

Inicialmente, o projeto previa a não reeleição de Cristiane Brasil, que permaneceria à frente do Ministério do Trabalho até o fim do governo Temer, e a pavimentação, a partir da pasta, de terreno favorável ao retorno de Jefferson à vida parlamentar. Condenado na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), Roberto Jefferson está apto para disputar eleições.


Com o novo cenário, Cristiane Brasil dificilmente concorrerá à reeleição, até porque ela e o pai têm a mesma base eleitoral no Rio de Janeiro, transferida à quase ministra durante a inelegibilidade de Jefferson. Ou seja, será no “par ou ímpar” a escolha de quem será o candidato na família de Roberto Jefferson.

Enquanto isso não acontece, o comandante do PTB aguarda um aceno do presidente Michel Temer para retomar as conversas sobre o futuro ministro do Trabalho. Roberto Jefferson tem, no momento, dois nomes guardados no bolso: Alex Canziani (PR) e Jorge Corte Leal (PE) ambos deputados federais e sem currículo à altura de uma pasta tão importante.

O governo de Michel Temer não precisava de tamanho desgaste, deflagrado no momento em que o presidente da República se rendeu à ingerência do virulento José Sarney, que vetou a indicação de Pedro Fernandes, deputado federal pelo PTB e desafeto político do ex-senador no Maranhão.

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