A senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann não mais será incluída no grupo de advogados do presidiário Lula. Rasteira e oportunista, a tentativa tinha por objetivo criar uma espécie de acesso livre para a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores estar com o petista-mor na cela “VIP” do quarto andar da Polícia Federal, em Curitiba. A própria Gleisi anunciou essa sandice, que acabou implodida.
A notícia falaciosa espalhada pela presidente dos petistas desandou por dois bons motivos: 1) Gleisi Helena está com o registro na OAB suspenso, o que a impede de engrossar a milionária defesa de Lula. 2) Como as ações penais a que reponde Lula envolvem a administração pública, a senadora, como parlamentar não pode integrar o grupo de advogados do alarife do Petrolão. O segundo motivo foi levantado pela jornalista Monica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”.
Na condição de presidente nacional do PT, Gleisi Helena já requereu oficialmente à Justiça autorização para visitar o ex-metalúrgico no cárcere. Contudo, não há razão alguma para que o pedido seja aceito pelas autoridades. Não há razão nenhuma para que tal pedido seja atendido.
Lula está preso na esteira de condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso que mira o apartamento triplex do Guarujá, no litoral paulista, e a juíza responsável pela execução da pena já deixou claro que não permitirá que a cela ocupada pelo petista na sede da PF na capital paranaense se transforme em alvo de peregrinação política e chacrinhas partidárias.
Há dias, a juíza mandou de volta para casa uma dezena de governadores que, após abandonarem a labuta, foram a Curitiba para encontrar Lula, sem visita agendada e fora do dia estabelecido para visitação.
O PT insiste não apenas na cantilena de que Lula é um preso político, o que é uma sonora inverdade, como teima em manter o ex-presidente da República no noticiário como forma de evitar que a legenda desmorone. Com a não presença física de Lula nas atividades cotidianas do PT, a tendência é que o partido transforme-se em terreno fértil para o avanço das dissidências internas. Até porque, as muitas correntes petistas só optaram pela aquiescência ideológica por causa do próprio Lula.
Em suma, sem o líder o PT está fadado a desaparecer do mapa político nacional, algo que deve ganhar forca nas eleições de outubro próximo. Lembrando que o partido não tem um nome sequer com cacife eleitoral.