Gleisi Hoffmann acusada de pagar influenciadores de esquerda para receber elogios em redes sociais

A senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, especializou em bradar Brasil afora – e ao redor do planeta também – sobre as supostas injustiças cometidas pelos adversários – direita inclusa – contra Lula e o PT.

Exemplos raros de inocência e de amor pelos desvalidos que seriam alvos dessa alegada injustiça, Lula está preso por corrupção e lavagem e dinheiro, ao passo que Gleisi Helena preferiu não arriscar uma reeleição ao Senado, optando por uma campanha rumo à Câmara dos Deputados, correndo o risco de tropeçar nas urnas.

O problema maior que surge nesse enredo mal elaborado está no fato de não apenas a direita acusa Gleisi e o PT de praticarem ilícitos de todos os naipes. Uma das influenciadoras digitais de esquerda mais conhecidas, Paula Holanda, revelou nos últimos dias que foi convidada para fazer parte de uma ação cujo objetivo era elogiar Gleisi Hoffmann e caciques do PT, através de tuites pagos, mas que deveriam parecer espontâneos.


Nas publicações em que denuncia o caso – que pode configurar crime eleitoral, segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com multa de até R$ 30 mil – a jornalista revelou ter participado do grupo de WhatsApp que decidia quais seriam os temas das publicações.

Além do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), foram criados posts de elogios rasgados a Luiz Marinho, candidato petista ao governo paulista, e Gleisi Hoffman, com os quais ela disse ter concordado “sem resistência” por identificação pessoal. As postagens teriam sido pagas com valores em torno de R$ 1 mil cada, mas não há um valor preciso tanto para a remuneração pelas publicações quanto para a ação de marketing digital como um todo.

Paula alega ter sido removida do grupo de influenciadores contratados no momento em que decidiu não elogiar o candidato Wellington Dias. A influenciadora não avançou com o trabalho, que acreditava ser de esquerda, mas “apartidário” e em defesa de causas progressistas, como os direitos das mulheres e dos negros.

Ela afirma ter questionado se o objetivo dos posts era beneficiar o PT e, em seguida, foi excluída. “O silenciamento só reforçou que essa ação fedia. Não quero defender candidatos petistas cegamente”, escreveu.