Presidente da Apex é o primeiro demitido do confuso governo Bolsonaro; Onyx e Damares estão na fila

Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a pastora Damares Alves, aquela da goiabeira, por pouco não foi protagonista da primeira demissão do governo Bolsonaro, o que só não aconteceu porque o presidente da República preferiu evitar polêmica na semana de estreia do governo. Damares esteve na corda bamba por causa da declaração sobre azul para meninos, rosa para meninas.

Mesmo assim, a primeira demissão do governo de Jair Bolsonaro aconteceu nesta quarta-feira (9), com a exoneração de Alecxandro Pinho Carreiro, que foi ejetado da presidência da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), ligada ao Ministério das Relações Exteriores.

Chefe do Itamaraty, o ministro Ernesto Araújo anunciou a saída de Alecxandro, ao mesmo tempo em que indicou ao presidente da República o nome do embaixador Mario Vilalva para ocupar o cargo. De acordo com o radical chefe do MRE, Vilalva possui “ampla experiência em promoção de exportações”.


O chanceler afirmou que a demissão de Carreiro foi a pedido, mas nos bastidores do Itamaraty as informações dão conta que nos últimos dias a instabilidade do dirigente da Apex só cresceu. Isso porque Alecxandro, no melhor estilo “caça às bruxas”, vinha promovendo uma degola na agência, algo que Araújo tentava evitar. Entre os demitidos está Ana Seleme, mulher de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do ex-presidente Michel Temer.

Apesar de um pedido de moderação por parte de Ernesto Araújo, o presidente da Apex preparava mais uma “operação degola”, o que acabou provocando sua demissão. Além disso, Alecxandro Carreiro não era fluente na língua inglesa, requisito básico para ocupar o cargo.

Os dois diretores nomeados da Apex permanecem, pois foram indicados por Araújo. A diretoria de gestão corporativa será comandada pelo advogado Márcio Coimbra, ex-assessor parlamentar e estrategista político no Senado. A diretoria de negócios ficará cargo da empresária Letícia Catelani, próxima de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, e que teve papel atuante na campanha eleitoral.

Outro integrante do governo que a qualquer momento deve descer a rampa palaciana sem direito a retorno é Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. Além de não ser bom articulador político e querer para si o protagonismo que não lhe pertence, Onyx poderá não resistir aos escândalos que têm emergido de forma homeopática. Não obstante, o presidente do DEM, ACM Neto, dá sinais de que o partido poderá não apoiar o governo.