A Assembleia-Geral Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta sexta-feira (10), resolução que dá mais direitos aos palestinos no órgão e revive o plano de se tornarem membros plenos da organização. A resolução foi aprovada por 143 dos 193 países-membros, 9 votos contrários – entre eles Estados Unidos e Alemanha – e 25 abstenções.
A votação, em meio ao agravamento da guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza, acontece após os EUA vetarem a adesão completa da Palestina à ONU, em 18 de abril.
Embora não tenha poder de dar aos palestinos direito de voto e de se candidatar a cargos da ONU, a decisão da Assembleia Geral faz algumas concessões simbólicas, concedendo aos palestinos “direitos e privilégios adicionais” a partir de sua 79ª sessão, em setembro. Com isso, eles poderão submeter diretamente propostas e emendas sem a necessidade de um país intermediário.
A reivindicação é de 2011, quando a Palestina, que tem o status de “Estado observador não membro” da ONU, solicitou para ser reconhecida no órgão. A admissão de um Estado na ONU depende do aval do Conselho de Segurança — pelo menos 9 votos de 15 — e depois ser aprovada por pelo menos dois terços da Assembleia Geral.
Os membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) podem exercer poder de veto. Em abril, como mencionado, o pedido foi barrado por Washington, principal aliado de Israel. Na ocasião, Reino Unido e Suíça se abstiveram, enquanto os outros 12 membros do grupo votaram a favor do texto.
O cenário atual é diferente por conta da tensão que marca a relação entre o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Enquanto Biden defende um cessar fogo imediato e suspendeu a venda de armas a Israel, Netanyahu insiste em levar adiante o massacre para garantir sua permanência no cargo.
À frente de um gabinete formado, em sua maioria, por políticos da extrema direita israelense, Netanyahu não tem aval dos aliados para avançar nas negociações de trégua com o Hamas. O primeiro-ministro de Israel é alvo de vários processos por corrupção, propina e abuso de poder. Fora do poder, Netanyanhu pode ser condenado e preso.
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