Após desistir de ir a NY, Bolsonaro muda de ideia e corre atrás de homenagem da Câmara de Comércio

Na última sexta-feira (3), após as duras críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, a Bolsonaro, o Palácio do Planalto divulgou nota informando que o presidente da República havia desistido de viajar aos Estados Unidos para participar do evento em que seria homenageado com o título de “Personalidade do Ano”.

Jair Bolsonaro foi duramente criticado não apenas por Bill de Blasio, mas por diversos líderes locais que consideraram a presença do brasileiro nociva à cidade. Diante de um cenário desfavorável que cresceu de forma assustadora nos últimos dias, os apoiadores de Bolsonaro passaram a disseminar nas redes sociais a informação de que ele não precisa dessa homenagem, em notório desprezo à premiação conferida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Contudo, não foi preciso muito tempo para o próprio Bolsonaro mudar de ideia e sinalizar, no domingo (5), que poderia viajar aos EUA. Nesta segunda-feira (6), após muitas informações carentes de confirmação, o Palácio do Planalto, por meio do porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, anunciou que Jair Bolsonaro tenta receber o prêmio em outra cidade norte-americana, possivelmente Dallas.

Assessores palacianos passaram o dia negociando a transferência do evento para a cidade texana, mas ainda não há confirmação sobre a possibilidade de isso acontecer. O que se sabe até o momento é que uma eventual transferência de local obrigará o agendamento da cerimônia para outra data, possivelmente 15 e 16 de maio. Inicialmente a data prevista era 14 de maio.


“Ainda não está fechado isso. Há uma tentativa, uma conjugação, um colimar das atividades lá em Dallas, que estão a ser assentadas agora por meio das interlocuções, com aquela premiação que iria acontecer em Nova York”, disse Rêgo Barros.

O porta-voz afirmou que Bolsonaro foi convidado “a compartilhar o ambiente democrático tão salutar que são os Estados Unidos da América e que, eventualmente, algumas autoridades não sabem aproveitar e considerar diante de um presidente de Estado”.

Ora, se o presidente foi “convidado a compartilhar o ambiente democrático tão salutar”, que ele compreenda a atitude do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e aproveite a oportunidade oferecida pelo prefeito de Dallas para, talvez, aprender que em regimes democráticos não há espaço para a intolerância nem para o radicalismo.

Ademais, causa espécie o silêncio subserviente dos bolsonaristas, que até o final de semana desdenhavam a homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA, mas agora parece que voltaram a considerá-la novamente. Nada como ter opinião formada.