Rainha Elizabeth II reúne-se com membros da família real para discutir caso “Harry-Meghan”

A rainha Elizabeth II reuniu-se nesta segunda-feira (13) com os principais membros da família real britânica, em sua residência em Sandringham, na Inglaterra, para discutir o futuro papel na monarquia do príncipe Harry e sua mulher, a duquesa de Sussex, Meghan Markle.

Além de Harry, participaram da reunião seu irmão, o príncipe William, e seu pai, Charles, enquanto Meghan, que está no Canadá, participou por videoconferência, informou o Palácio de Buckingham.

A reunião serviu para analisar os “próximos passos” a serem tomados pela realeza britânica em relação ao casal, que na semana passada anunciou que planejar se distanciar de suas obrigações como representantes da monarquia e dividir seu tempo entre o Reino Unido e a América do Norte.

Um dos pontos abordados foi o valor que o casal receberá do príncipe Charles no futuro – até agora, o herdeiro do trono financia 95% do orçamento de seu filho Harry com verba de seus ativos privados, de acordo com relatos da imprensa.

Também está na agenda a questão sobre se o casal pode manter seus títulos reais, de acordo com o jornal “Sunday Times”, além da questão de quais negócios eles poderão fazer no futuro. Na última quinta-feira (9), a rainha deixou claro o desejo de encontrar com celeridade uma “solução viável”.

A família real deverá analisar possíveis planos que foram elaborados em coordenação com oficiais do governo britânico e do Canadá, onde presumivelmente os duques desejam estabelecer uma residência.

A rainha ouviu os argumentos dos duques de Sussex e acabou concordando com a decisão do casal. “Apesar de preferir que eles permanecessem membros que atuam em período integral na família real, respeitamos e entendemos o desejo de viverem uma vida mais independente”, escreveu Elizabeth II.

Meghan e Harry concordaram em abrir mão do subsídio mensal, embora expressassem seu desejo de manter seus títulos como duques, proteção policial e uso do Frogmore Cottage, uma casa nos terrenos do Castelo de Windsor, a oeste de Londres, cuja reforma foi paga com 2,4 milhões de libras (cerca de R$ 13 milhões) do tesouro.

Decisão inesperada

O anúncio inesperado de Harry e Meghan, que têm intenção de “trabalhar para ser financeiramente independentes”, surpreendeu e causou desconforto entre os outros membros da monarquia, tendo levantado dúvidas sobre as futuras fontes de financiamento dos duques de Sussex.

O tabloide “The Sunday Mirror” noticiou que o casal discutiu seus planos com o cantor Elton John, antes de informar à rainha Elizabeth II. Por outro lado, o jornal “The Times” afirma que o príncipe William expressou sua “tristeza” pelo fato de a família real não ser mais uma “equipe”. De acordo com o noticioso, William disse a um amigo próximo: “Eu coloquei meu braço em volta do meu irmão a vida toda, mas agora não posso mais fazer isso. Somos entidades separadas”.

O especialista em finanças da família real David McClure afirmou, em entrevista à agência de notícias Associated Press, duvidar que Harry e Meghan possam continuar vivendo como membros da família real e como indivíduos privados ao mesmo tempo. “Como você pode ficar metade dentro e metade fora ao mesmo tempo, meia semana realizando tarefas públicas e a outra metade ganhando seu próprio dinheiro com televisão, palestras e livros? Isso é cheio de armadilhas”, avalia, lembrando que casos similares não deram certo no passado.

De acordo com uma sondagem publicada pelo jornal “Sun”, os britânicos já formaram sua opinião: 81% dos entrevistados acreditam que Harry e Meghan não deveriam receber apoio financeiro da família real nem do Estado, 46% querem que os dois percam seus títulos de nobreza.