Itamaraty rebate crítica da chancelaria israelense, que acusou o Brasil de ser “anão diplomático”

luiz_albertofigueiredo_02Chumbo grosso – Comandar a chancelaria brasileira é, sem dúvida, uma das mais espinhosas e hercúleas missões que se pode dar a um cidadão. Isso porque ao longo dos últimos anos a diplomacia verde-loura foi tratada pelo PT com base na chicaneira ideologia esquerdista, sendo que os interesses do País no cenário internacional foram deixados de lado.

Muitos integrantes da diplomacia nacional certamente contestarão este site, mas não é difícil avaliar o quão desacreditado está o Ministério das Relações Exteriores, que viveu tempos pífios e sombrios enquanto esteve sob a batuta de Celso Amorim, um pelego de Lula cujo currículo dispensa maiores apresentações. Não se pode esquecer que foi sob o comando de Amorim que a diplomacia viveu um dos seus piores momentos, quando a embaixada brasileira em Tegucigalpa foi transformada em bunker de luxo do golpista Manuel Zelaya.

A política internacional do desgoverno do PT acumulou fracassos ao longo dos últimos onze anos, sendo que a prevalência da ideologia nas relações globais trouxe ao Brasil prejuízos imensuráveis. Basta ver o isolamento do Brasil no cenário internacional, apenas porque o Palácio do Planalto preferiu dar maior importância aos governos esquerdistas da América Latina e alguns outros espalhados pelo planeta. Fora isso, o Brasil perdeu o bonde da história ao incensar os países que integram o combalido Mercosul, um agrupamento ideológico de quinta, enquanto nações finalizavam acordos comerciais bilaterais como forma de deixar a crise para trás.

Como se fosse pouco o estrago produzido por Celso Amorim, que demonstrou o ápice de sua incompetência na rodada de Doha, no Qatar, o governo petista arrumou um trotskista para ajudar na lambança. Trata-se de Marco Aurélio Garcia, o chanceler genérico inventado por Lula e que continua dando as cartas no governo petista quando o assunto é relações internacionais.

Nesta quinta-feira (24), o Itamaraty foi surpreendido por uma declaração dura e contundente da diplomacia israelense, que afirmou ser o Brasil um anão em termos diplomáticos. De acordo com o jornal “The Jerusalem Post”, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, classificou o Brasil como “anão diplomático”, ao comentar a decisão do Palácio do Planalto de chamar o embaixador brasileiro para consultas sobre a violência na Faixa de Gaza. Nos últimos dezesseis dias, 644 palestinos e 31 israelenses (29 soldados) morreram no fogo cruzado entre Israel e o radical grupo islâmico Hamas.

Palmor disse que a decisão do governo brasileiro é “uma demonstração lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático”.

O chefe do Itamaraty, por sua vez, rebateu a crítica do porta-voz israelense. “Somos um dos onze países do mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros da ONU e temos um histórico de cooperação pela paz e ações pela paz internacional. Se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles”, disse o ministro Luiz Alberto Figueiredo, das Relações Exteriores. “Mas não contestamos o direito de Israel de se defender, jamais contestamos isso. O que contestamos é a desproporcionalidade das coisas”, completou.

O PT crê que as relações internacionais devem ser encaradas com a mesma falta de cerimônia com que um metalúrgico opera um torno. O próprio nome “diplomacia” sugere a necessidade reinante de saber buscar soluções sem cometer equívocos e provocar rupturas. O fato de o governo brasileiro ter criticado tanto o Hamas quanto o governo israelense não significa que tal postura seja garantia para se omitir em busca da paz, mesmo que essa seja de curta duração. É preciso interromper a matança no Oriente Médio, pois civis não podem pagar com a vida a queda de braço que eclodiu na Faixa de Gaza. A disputa, é bom lembrar, interessa tanto aos lideres do Hamas quanto ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Luiz Alberto Figueiredo não chegou à chefia do Itamaraty por incompetência ou inocência, por isso é do seu conhecimento que o PT, assim como a esquerda nacional, tem enorme simpatia pelos radicais palestinos. Isso porque tal postura representa um contraponto aos Estados Unidos, que há décadas apoia Israel. De igual modo, o Planalto não faz força para esconder a enorme simpatia que tem pela ditadura religiosa dos aiatolás iranianos, cujo governo, em tempos outros, negou a existência do Holocausto.

Não será com discursos obtusos e direcionados que a paz retornará à Faixa de Gaza. É preciso um esforço concentrado de muitas nações para que um cessar-fogo permita que israelenses e palestinos voltem a conviver pacificamente, enquanto autoridades internacionais, com o apoio da ONU, costurem um armistício duradouro.

Em relação à dura crítica feita pela diplomacia israelense ao Brasil, rebatê-la foi a única saída encontrada pelo Palácio do Planalto evitar estragos no projeto de reeleição de Dilma Rousseff, que tem guerreado silenciosamente com a crise que ronda a sua candidatura. Em suma, a diplomacia brasileira sofre de nanismo, “como nunca antes na história deste país”.

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