Após dois dias de protestos violentos, Ferguson tem noite tranquila

(L. Jackson - Reuters)
(L. Jackson – Reuters)
Voltando ao normal – O feriado de Ação de Graças, nesta quinta-feira (27), começou relativamente tranquilo em Ferguson, depois de uma noite sem embates entre manifestantes e polícia. Apesar de mais dispersos, os protestos, no entanto, continuaram dois dias após a decisão da Justiça de não indiciar um policial branco que matou o jovem negro Michael Brown.

Apenas algumas dezenas de pessoas se reuniram em frente à sede da polícia. Em St. Louis, cidade vizinha a Ferguson, um grupo de manifestantes invadiu a prefeitura aos gritos de “vergonha, vergonha”. A polícia bloqueou o acesso ao prédio e prendeu três manifestantes. Cerca de 200 pessoas protestaram na cidade.

O caso Brown comoveu os Estados Unidos e tem provocado debates em comunidades negras sobre a aplicação das leis. Desde a decisão da Justiça na segunda-feira, protestos se espalharam por diversas cidades do país.

A frase “mãos para cima, não atire” virou lema entre os manifestantes que desejam chamar também a atenção para outros assassinatos cometidos pela polícia.

Protestos e prisões

Em Nova York, na quarta-feira, parentes de Brown se reuniram com familiares de dois homens negros que foram mortos pela polícia, para pedir justiça. Um dos maiores protestos ocorreu em Los Angeles, onde centenas de pessoas saíram às ruas da cidade sob o coro “sem justiça, não há paz”. Cerca de 50 pessoas foram presas na cidade, acusadas de desobedecer a ordens de dispersar.

O caos tomou conta das ruas de Ferguson na segunda-feira após o veredicto a favor do policial que matou Brown em agosto. Manifestantes entraram em confronto com a polícia e mais de 60 pessoas foram presas.

Na terça-feira os protestos se espalharam pelo país e mais de 400 pessoas presas. Na quarta-feira, as manifestações diminuíram de tamanho e intensidade.

Acompanhando a diminuição da onda de violência em Ferguson, o policial branco Darren Wilson falou pela primeira vez em rede nacional de televisão, nesta quarta-feira. Ele afirmou que não poderia ter agido de forma diferente e que atirou em legítima defesa. Durante o julgamento, o policial acusou Brown de tentar tomar a sua arma. A família de Brown, no entanto, não acredita nessa acusação.

Vídeo de Cleveland

Na quarta-feira, a polícia de Cleveland divulgou o vídeo do assassinato do jovem de 12 anos, Tamir Rice, que brincava com uma arma de brinquedo. O jovem foi morto por policiais. A gravação foi divulgada a pedido da família de Rice.

As imagens mostram Rice brincando com a arma e a apontando em direção a um parque. Um carro de polícia para próximo ao local e, logo em seguida, tiros são disparados contra o adolescente. “O vídeo mostra claramente: os policiais reagiram rápido”, disse a família de Rice em comunicado.

Segundo a polícia, os dois policiais chegaram ao local no sábado após receber uma denúncia de que alguém no parque estava carregando uma arma “provavelmente de brinquedo” e apontado para outras pessoas.

A informação de que a arma era de brinquedo não teria sido repassada aos policiais, publicou o jornal “The Washington Post”. (Com agências internacionais)

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