Assustados com a possibilidade do impeachment de Dilma, petistas apelam a ameaças

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Cresce o desespero entre os petistas com a possibilidade cada vez mais evidente de o processo de impeachment de Dilma Rousseff avançar com a saída do PMDB do governo, decisão que poderá ser sacramentada na convenção do partido marcada para terça-feira (29).

O pânico que toma conta dos aliados da presidente é tamanho, que alguns congressistas já fazem discursos ameaçadores tendo como pano de fundo o impedimento da petista. É ocaso do senador Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado Federal. Investigado na Operação Lava-Jato, Costa ocupou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (28) para afirmar que o vice-presidente Michel temer será o próximo a cair caso prospere o que ele chamou de “golpe constitucional”.

“Não pense que os que hoje saem organizados para pedir ‘Fora, Dilma’ vão às ruas para dizer ‘Fica, Temer’, para defendê-lo. Não. Depois de arrancarem, com um golpe constitucional, a presidenta da cadeira que ela conquistou pelo voto popular, essa gente vai para casa porque estará cumprida a sua vingança e porque não lhe tem apreço algum. E, seguramente, Vossa Excelência [Michel Temer] será o próximo a cair”, disse o senador petista.

Se por um lado a declaração de Humberto Costa é descabida do ponto de vista jurídico, até porque aquilo que é constitucional não pode ser golpe, por outro é suicida em termos políticos, pois acontece um dia antes de o PMDB decidir se deixa o governo definitivamente. Com o anunciado desembarque do PMDB, segurar o processo de impeachment é uma missão quase impossível.

Costa rotulou como “esquizofrenia” a decisão do PMDB de se reunir para decidir sobre a ruptura. De acordo com o parlamentar pernambucano, trata-se de “algo impensável em qualquer sistema presidencialista sério do mundo”.

“Não se pode entender uma atitude dessa natureza, senão pelo viés escancarado do oportunismo”, disse Humberto Costa.


Na sequência, sem se conformar com o horizonte tenebroso que se aproxima, o senador disse esperar “responsabilidade e equilíbrio” das lideranças peemedebistas durante a convenção do partido.

“Não quero aqui imaginar que – em desapreço ao papel constitucional que exerce e ao papel institucional que tem como presidente do PMDB – o vice-presidente da República Michel Temer conspurque a própria biografia em uma conspiração para destruir a chapa pela qual se elegeu, ao trabalhar para derrubar a sua titular”, declarou o petista.

Se há no cenário político nacional um partido que não pode falar em oportunismo e conspurcação, esse é o PT, legenda responsável pelo período mais corrupto da história brasileira e que age como uma organização criminosa. Quadro que a Operação Lava-Jato disseca sem muita dificuldade, apontando na direção dos principais protagonistas da roubalheira que durou uma década na Petrobras.

Com esse discurso irresponsável e embalado pelo desalento palaciano, Humberto Costa ressuscita a essência do PT, partido que rejeita o contraditório e muito menos aceita o conjunto legal vigente no País.

O tempo de Dilma Rousseff acabou, mas os petistas tentam mantê-la no poder a qualquer custo como forma de não perderem as cornucópias ilegais que surgiram na estrutura do governo federal, vergonhosamente aparelhado pelos “companheiros”.

Enquanto alguns aliados discursam contra o impeachment de Dilma Rousseff, outros já preparam o terreno para fazer oposição em eventual governo de Michel Temer, que deve cair na esteira da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apura abuso de poder político-financeiro da dupla (Dilma-Temer) durante a corrida presidencial de 2014.

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