Brasil fecha 74,7 mil vagas de trabalho em outubro e quebra a “ponte para o futuro” de Michel Temer

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Quando o Senado Federal confirmou o impeachment da petista Dilma Vana Rousseff, os brasileiros acreditaram que todos os problemas do País estavam resolvidos. Na verdade, naquele momento começava nova leva de capítulos de uma história quase macabra. Isso porque Dilma arruinou o País em todos os sentidos, ao passo que Michel Temer surgiu em cena a bordo da “ponte para o futuro”, que por enquanto tem se mostrado uma pinguela rumo ao passado.

O Brasil vive a mais grave crise de sua história, mas os atuais donos do poder não parecem preocupados com o tema, até porque têm olhos para outros assuntos, como escapar das garras da Operação Lava-Jato e defender os próprios interesses. Em suma, repetição de uma covardia secular

O fato de o governo Temer ser mais do mesmo, algo que não assusta e nem representa novidade, tem consequências devastadoras na economia, que há muito aguarda para sair do atoleiro da crise. Os palacianos, sempre soberbos e bandoleiros, não se preocupam com o assunto, pois são desprovidos de patriotismo.

O que para muitos pode parecer exageros, para quem sofre na pele as consequências de um modelo détraqué de governança a história é bem diferente. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em outubro passado foram fechadas 74,7 vagas de trabalho. Isso significa que no período as demissões superaram as contratações. Lembrando que nos meses que antecedem as festas de final de ano as contratações normalmente aumentam.


Segundo os dados do Caged, divulgados nesta quinta-feira (24), outubro foi 19º mês consecutivo em que o País registrou mais demissões do que contratações. Apesar do resultado negativo, o saldo do décimo mês do ano foi melhor que o registrado em outubro de 2015, quando as demissões superaram as contratações em 169,1 mil – pior resultado para o mês na série histórica do Ministério do Trabalho, iniciada em 1992.

No acumulado do ano (de janeiro a outubro), 751,8 mil vagas foram fechadas, resultado melhor do que o registrado no mesmo período de 2015, quando 818,9 mil vagas deixaram de existir. Trata-se do pior resultado da série histórica do governo, que nesse quesito iniciou em 2002. No acumulado de doze meses, 1,5 milhão de vagas de trabalho foram fechadas.

Não se pode comemorar a “não piora” do mercado de trabalho apenas porque os dados do Caged são melhores do que os registrados em outubro do ano passado. Isso só aconteceu porque os empregadores ainda creem em melhora da economia no curto prazo, o que não deve acontecer tão cedo.

Ademais, o mercado de trabalho vive momento inimaginável, no qual o trabalhador concorda com a redução do salário como forma de manter o emprego. Enquanto isso, Michel Temer está preocupado em proteger Geddel Vieira Lima, cujo currículo político fala por si.

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