Da dramaturgia à ficção, de Kafka a Spielberg, Lula romanceia o discurso para provar sua falsa inocência

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Responsável pelo período mais corrupto da história nacional e avalista e beneficiário do maior esquema de corrupção de todos os tempos, Lula deveria, recolhido à própria insignificância, dedicar-se à sua defesa no âmbito da Operação Lava-Jato, cujas avançadas investigações poderão levá-lo à prisão em breve. Contudo, o ex-metalúrgico prefere dedicar-se à dramaturgia de latrina para tentar justificar o injustificável.

Nas redes sociais, usando o instituto que leva seu nome, Lula mais vez atacou a Lava-Jato, sem até agora ter apresentado uma prova da sua aludida inocência. A entidade afirma que a mais recente denúncia do Ministério Público Federal, de que a empreiteira Odebrecht adquiriu dois imóveis para Lula, revela o “grau de loucura que a Lava-Jato chegou na sua perseguição contra o ex-presidente”.

Lula, seus advogados e aduladores apostam na dramatização mambembe como forma de convencer a opinião pública e talvez o Judiciário de sua inocência, mas provas colhidas ao longo das investigações anulam a tentativa desesperada do petista-mor, que ainda não explicou como consegue financiar uma defesa milionária no Brasil e no exterior.

Repetindo uma cantilena que não mais encontra espaço no cotidiano das pessoas de bem, Lula critica os procuradores da Lava-Jato, por conta da denúncia, o juiz Sérgio Moro por aceitá-la. Ou seja, o lobista-palestrante continua acredita ser um intocável, sempre acima da lei e de todos.

Em nota publicada em perfil do Facebook, o instituo afirma que “a Lava-Jato abriu um processo contra Lula por ele não ter recebido um terreno, que segundo a operação, seria destinado ao Instituto Lula. A Lava-Jato reconhece, porque é impossível não reconhecer, que o terreno não é nem nunca foi do Instituto Lula ou de Lula. É o grau de loucura que a Lava-Jato chegou na sua perseguição contra o ex-presidente”.

A nota destaca a didática apresentação feita pelo procurador Deltan Dallagnol sobre o Petrolão, cujos organogramas traziam o nome de Lula no centro do esquema de corrupção, com direito a setas de conexão com os muitos desdobramentos da roubalheira institucionalizada que levou o País à débâcle. O petista pode espernear à vontade, até porque é o que lhe resta, mas causa espécie um réu defendido por destacados advogados valer-se de expediente tão pífio e rasteiro.


Em agosto de 2005, com absoluta exclusividade, o UCHO.INFO afirmou que um novo esquema de corrupção entrara em funcionamento, com o aval do Palácio do Planalto, para substituir o malfadado Mensalão do PT. Sempre apostando na impunidade e movido por uma popularidade canhestra, conseguida com a ruína da economia do País, Lula não aceita o fato de ter sido flagrado com a mão no butim.

Órfãos de qualquer estratégia de defesa, Lula e seus advogados insistem na tese de que a Operação Lava-Jato tem o objetivo de impedir sua candidatura à Presidência da República em 2018, como o Brasil desejasse seu retorno ao comando do Executivo federal. “O juiz Sérgio Moro aceita uma denúncia absurda dessas em poucos dias, porque o importante é gerar manchete de jornal e impedir Lula de ser candidato em 2018”, ressalta a nota.

O desespero na seara lulista é tamanho, que os asseclas do ex-presidente agora recorrem a textos rocambolescos, possivelmente rabiscados por escribas de aluguel. Ainda na nota publicada no Facebook, o Instituto Lula apela a duas conhecidas obras, uma literária e outra cinematográfica, para dar título ao informe – “Lava-Jato supera Kafka e Minority Report: acusa Lula por não receber terreno”.

Franz Kafka lançou, em 1925, o romance “O Processo”, que narra a história de um homem (Josef K.) que, ao despertar, descobre ser réu em longo e controverso processo por crime não definido. O que nem de longe tem qualquer semelhança com a situação de Lula.

A outra apelação petista ancora-se no filme “Minority Report” (2002), do diretor Steven Spielberg, que tem como base um conto do escritor norte-americano Philip K. Dick. Na obra, de caráter ficcionista, a polícia conta com um departamento de paranormais, os quais são capazes de prever crimes antes que sejam cometidos. O que igualmente não tem qualquer semelhança com a situação de Lula, pois seus crimes respeitaram a lógica realista e foram descobertos após serem cometidos.

Ninguém é obrigado a produzir provas contra si e muito menos admitir a própria culpa, mas Lula não tem o direito de abusar da mitomania só porque alguns milhões de irresponsáveis colocaram-no na Presidência sem prever as consequências. E nesse caso específico prevaleceu o dito popular “quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. Dito e feito.

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