Neurose total – Os efeitos do julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470) e das recentes acusações feitas por Marcos Valério já são sentidos no partido que chegou ao poder central no embalo de um discurso moralista e inovador, mas que não exigiu muito tempo para mostrar o viés velhaco e corrupto de seus integrantes.
Ainda sem falar sobre a acusação de que foi o comandante maior do esquema criminoso que desviou dinheiro público e comprou parlamentares no Congresso Nacional, Luiz Inácio da Silva tem apelado a interlocutores para dar desculpas cada vez menos convincentes. Diante da fracassada tentativa de novamente ludibriar a opinião pública, Lula decidiu acionar os partidos da chamada base aliadas, que foram quase obrigados a assinar um manifesto em defesa do apedeuta, sob pena de perderem os lugares cativos no eterno do úbere oficial, onde mamam o quanto conseguem.
Na página eletrônica do PT nacional, uma nota conjunta assinada pelos presidentes do PT, Rui Falcão; do PSB, Eduardo Campos; do PMDB, Valdir Raupp; do PCdoB, Renato Rabelo; do PDT, Carlos Lupi; e do PRB, Marcos Pereira, classifica de “invencionices” as acusações contidas na edição da revista Veja.
“O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação”, afirma a nota de encomenda.
Horda virtual
O desespero que tomou conta do núcleo que gravita na órbita de Lula é tamanho, que faz lembrar os momentos de agonia que antecederam à queda de Fernando Collor de Mello, que perto das trapalhadas capitaneadas pelo ex-metalúrgico já pode ser chamado de menor aprendiz. Como forma de influenciar a opinião pública no tocante às acusações contra Lula, o PT acionou a sua tropa de choque eletrônica, que na rede mundial de computadores tem disparado mensagens que facilmente traduzem o clima que reina nesse grupo de saltimbancos travestidos de gênios.
Para mostrar que o Partido dos Trabalhadores continua dependente do PSDB, como um viciado é do crack, os companheiros agora questionam na internet os motivos que não fizeram com que a reeleição de Fernando Henrique Cardoso acabasse no Supremo Tribunal Federal. Na verdade, esses facínoras de aluguel se referem à emenda da reeleição, aprovada pelo Congresso Nacional. A tese da compra de votos a partir de matéria publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo”, que teve como base a gravação de uma conversa entre o então deputado federal Ronivon Santiago (PFL-AC) em um personagem que a reportagem preferiu nominar como “Senhor X”.
A tese, prontamente abraçada pela oposição, à época liderada pelo PT, era absurda, pois havia no País 27 governadores e mais de 5 mil prefeitos interessados na reeleição. E com esse batalhão de pessoas não seria necessário lançar mão da estratégia espúria da compra de votos, pois bastava que todos os interessados pressionassem os parlamentares em Brasília. A reeleição em um país democrático é algo natural, como acontece nos Estados Unidos. E no Brasil encontra explicação nas enormes carências de um país carente de muitas ações por parte do Estado.
A tese da reeleição agradou tanto ao PT, que seu comandante, o abusado Lula, por pouco não imitou o “companheiro” Hugo Chávez e mudou a Constituição Federal para conquistar um terceiro mandato. O plano, que estava sob a responsabilidade do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), amigo íntimo do ex-metalúrgico, só não prosperou porque Lula foi aconselhado por diversos juristas e pessoas próximas a desistir da ideia, que poderia ganhar contorno de golpe.
Monitoramento e grampos
No momento em que a democracia supostamente chega mais uma vez ao seu ápice, que é o sufrágio, contrariar os interesses dos atuais donos do poder parece ser crime hediondo. Ter opinião no Brasil de Lula é exclusividade apenas dos que integram o obediente grupo de vendilhões, sempre adeptos do escambo, ou a legião de incautos, que confundem populismo com sinceridade e roubalheira com ética.
Quem ousa contrariar esse dogma criminoso tem sido constantemente monitorado pela rede mundial de computadores e tem os telefones escandalosamente grampeados. É preciso dar um basta a esse estado de exceção que cresce perigosamente, todos os dias, sob o manto da tese de que as elites tentam um golpe.
Confira abaixo a íntegra da nota assinada pelos presidentes dos partidos da base aliada
“O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.
As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula.
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo.
Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB”