Dilma defende Lula em Paris, abusa da bazófia e diz que o antecessor não pode ter a imagem desgastada

Tudo combinado – Dilma Rousseff quer distância do Mensalão do PT porque teme que as consequências atinjam o seu governo. Tanto é assim, que a presidente proibiu seus assessores palacianos de emitirem qualquer comentário sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal em relação a Ação Penal 470.

De igual modo, Dilma sabia da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que investigava uma quadrilha que vendia pareceres técnicos, cujo braço político era Rosemary Nóvoa de Noronha, que se apresentava a todos como a namorada do ex-presidente.

Enquanto ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff pode perceber que é impossível não saber o que acontece no Palácio do Planalto, a não ser que a pessoa pouca importância dá ao que acontece no gabinete ao lado. O Mensalão do PT foi operado a partir do Palácio do Planalto, no gabinete de José Dirceu, mas Lula disse que de nada sabia. E nega a existência do escândalo até hoje, classificando-o como golpe.

Nesta terça-feira (11), em Paris, onde participou do “Fórum pelo Progresso Social”, Dilma encontrou com o antecessor Lula e saiu em sua defesa, desqualificando as denúncias feitas por Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, publicadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

“Acho lamentável essas tentativas de desgastar a imagem de Lula”, disse a presidente sobre o vazamento do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público. O operador do Mensalão do PT afirmou que transferiu dinheiro para pagar despesas do então presidente.

“Repudio todas as tentativas de tentar destituir Lula de sua imensa carga de respeito pelo povo brasileiro”, completou Dilma.

A presidente foi protocolar, mas sabe o tamanho da amaldiçoada herança que recebeu de Lula, o qual não precisa de ajuda de terceiro para ter a imagem mais desgastada do que já está. Ademais, Dilma também quer distancia de Lula, sob pena de reduzir suas chances de se reeleger caso mantenha proximidade com o chefe-mor do Mensalão do PT.

Lula entrou para a história pela porta do fundo, na condição de protagonista do período mais corrupto da história política brasileira. As razões que levaram à morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, foram um prenúncio do que o Brasil enfrentaria com a eleição de Lula.