Sinuca de bico – Dilma Vana Rousseff, a presidente, complica-se a cada manifestação sobre a escandalosa aquisição, pela Petrobras, da obsoleta e cara refinaria texana de Pasadena. O assunto voltou à baila depois que a petista, ao responder ao jornal “O Estado de S. Paulo”, informou por meio de nota que autorizou o negócio bilionário com base em laudo “falho” produzido por Nestor Cerveró, então diretor da área internacional da petroleira verde-loura.
Cerveró, que está em férias na Europa e que deporá na Câmara dos Deputados em meados deste mês, informou por meio do seu advogado que Dilma Rousseff recebeu com quinze dias de antecedência o relatório técnico sobre a refinaria norte-americana. Dilma, por sua vez, que à época presidia o Conselho de Administração da Petrobras, rebateu Cerveró e disse que não recebeu o tal relatório dias antes da concretização do negócio.
Esse “estica e puxa” que vem crescendo em torno do Pasadenagate serve para confirmar o que os brasileiros demoraram quase quatro anos para descobrir: que Dilma Rousseff é uma ode à incompetência. Presidir o Conselho de Administração de uma empresa do porte da Petrobras não é como gerenciar uma loja de “R$ 1,99” instalada nos arrabaldes de uma pequena cidade do interior do País. Tal função exige responsabilidade e competência, algo que Dilma parece não dispor. Uma coisa é posar de durona, como faz diuturnamente a petista, outra é ser responsável.
Para piorar o que já é extremamente ruim, a Petrobras, incluindo o Conselho de Administração, ignorou alerta da consultoria BDO Seidman. Em relatório, a BDO Seidman destacou que o estoque de petróleo da refinaria de Pasadena, que a estatal brasileira acabou comprando por US$ 170 milhões, valia, à época, US$ 6,1 milhões. Ou seja, a Petrobras pagou pelo estoque de petróleo 25 vezes mais do que o valor de mercado.
Esse quebra-cabeça de escândalos mostra que há muita coisa errada por trás da compra da refinaria de Pasadena, negócio que de chofre seria rejeitado fosse a Petrobras uma empresa privada. O primeiro quesito para derrubar a transação era a condição técnica da refinaria, construída para processar óleo leve, enquanto o brasileiro é pesado. Esse negócio obscuro certamente está recheado por inúmeros casos de corrupção, os quais o Palácio do Planalto teme que sejam descobertos, o que comprometeria os planos políticos de Dilma.
Não custa lembrar que, em junho e julho de 2013, milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades brasileiras para protestar contra eventual aumento de R$ 0,20 na tarifa de transporte, movimento marcado por vandalismo e depredações. Como se sabe, aquelas manifestações não passaram de missa encomendada pela esquerda, que contou com o banditismo de aluguel dos baderneiros. Agora, diante de um escândalo que provocou um prejuízo de US$ 1,3 bilhão, o brasileiro assiste calado ao desenrolar dos fatos, como se a fortuna perdida nada representasse. É por isso que mostra-se verdadeira a teoria de que cada povo tem o governante que merece.