Passou da hora – Se há na face da terra odes à galhofa, com certeza uma delas é o Partido dos Trabalhadores, que na opinião de sete em cada dez brasileiros transformou-se em organização criminosa. Horas depois da Operação My Way, nona etapa da Operação Lava-Jato, o presidente do PT, Rui Falcão, que insistem em abusar da ironia, disse que não há provas contra o partido e que a Justiça tenta criminalizar a legenda com base em notícias da imprensa. Ou seja, os policiais federais, os integrantes do Ministério Público Federal e o juiz federal Sérgio Fernando Moro deixaram para trás o conhecimento e a experiência conquistada ao longo do tempo para tomar agir e decisões à sombra do noticiário.
Rui Falcão é um debochado conhecido que usa da aparência dissimulada para se fazer de vítima, mas na qualidade de cidadão que vive em um regime democrático que contempla a livre manifestação do pensamento, como é o caso do Brasil, pode falar o que desejar, inclusive besteiras. Essa onda obtusa de defesa do PT é uma ordem que foi disparada pela própria direção da legenda, que começa ver na Operação Lava-Jato, o maior escândalo de corrupção da história moderna, um beco sem saída. O partido perdeu pouca credibilidade que lhe restava nos últimos meses, mas mesmo assim a “companheirada” não quer largar o osso.
Não satisfeito, Falcão avançou em seu enredo rocambolesco e disse que a Operação My Way foi deflagrada um dia antes de o partido comemorar 35 anos. Como se os membros da força-tarefa que desmantelou a roubalheira na Petrobras, que bateu na casa dos R$ 88 bilhões, devessem consultar o partido sobre qualquer ação com respaldo judicial. Rui Facão deveria se dar por satisfeito, pois por enquanto a Lava-Jato não alcançou o alarife Luiz Inácio da Silva, o lobista Lula, e a presidente Dilma Vana Rousseff, que continua muda e reclusa. Mas é uma questão de tempo para que isso ocorra, pois a operação da PF, como noticiado pelo UCHO.INFO, há muito subiu a rampa do Palácio do Planalto.
Papo furado e combinado
Horas antes, a cantilena de Falcão foi entoada pelo deputado federal Afonso Florence (PT-BA), que ocupou a tribuna da Câmara, na quinta-feira (5), para afirmar que a condução coercitiva de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, pela Polícia Federal foi uma armação decorrente das notícias jornalísticas. Completou o parlamentar baiano dizendo que não há uma prova sequer contra o partido. Ou seja, Sérgio Fernando Moro, o juiz da Operação Lava-Jato, mandou prender os criminosos tendo como base o noticiário nacional. Afonso Florence deveria respeitar cada voto que o conduziu ao Congresso Nacional, deixando de lado esse besteirol que tenta defender o partido e os “companheiros”.
Após deixar a sede Polícia Federal em São Paulo, onde depôs sobre a captação ilegal de recursos para campanhas eleitorais do partido, Vaccari Neto rumou para Belo Horizonte, onde participa nesta noite de festa em comemoração aos 35 anos de fundação do PT. Ao chegar à capital mineira, o tesoureiro petista se recusou a falar com os jornalistas, mas através de assessores deixou chegar à imprensa a informação de que há muito esperava a oportunidade de depor e esclarecer os fatos.
Ora, se Vaccari Neto estava ansioso para depor, não deveria ter se recusado a abrir a porta de sua casa para os policiais, que diante da recusa do investigado foram obrigados a pular o muro do imóvel, onde realizando busca e apreensão de documentos e objetos.
Mestre em bizarrices
Para que a ópera bufa do PT ficasse completa faltava a participação galhofeira de Lula, que insiste na tese rasteira de que é um injustiçado e perseguido. Em sua primeira participação em reunião do diretório nacional do PT desde que chegou ao Palácio do Planalto, em janeiro de 2003, o agora lobista de empreiteira defendeu o tesoureiro petista e comparou as denúncias que emolduram a Operação Lava-Jato ao escândalo do Mensalão do PT.
Malandro experimentado, principalmente quando o assunto é negar o inegável, o ex-presidente da República disse que há uma clara tentativa de “criminalizar” o partido, como se o PT fosse uma reunião de pessoas bem intencionadas. “Na dúvida, eu fico com o companheiro”, disse Lula ao se referir a João Vaccari Neto, ex-presidente Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), entidade que deixou na mão mais de três mil mutuários, que viram suas suadas economias serem desviadas para o caixa da campanha presidencial de 2002.
Ao defender o tesoureiro e condenar a ação da Polícia Federal, Lula convocou os “companheiros” para uma reação imediata, sob pena de o Judiciário “julgar [os crimes da Lava-Jato] pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei”, disse o ex-metalúrgico, segundo relato de um participante do encontro que foi fechado à imprensa. “Descobri lamentavelmente no Mensalão que o julgamento não é jurídico, é político”, teria emendado Lula.
Agora ex-presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster foi ejetada do cargo apenas porque afirmou que o Petrolão arrancou aproximadamente R$ 88 bilhões do caixa da estatal, mas Lula quer que a parcela incauta da população acredite que tudo não passa de uma grande armação, orquestrada pelas elites e pela imprensa golpista. Ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco afirmou em depoimentos, com direito a documentos provas, que o PT, por meio de João Vaccari Neto recebeu US$ 200 milhões em propinas, mas Lula insiste em dizer que tudo é fantasia.
Lula é um ignorante inteligente que abusa da sua origem humilde para ludibriar a opinião pública, mas no UCHO.INFO esse tipo de armadilha não funciona, até porque os que fazem o site o conhecem muito bem. Vale lembrar algumas passagens do líder petista para ilustrar o cenário e impedir que os brasileiros caiam nessa esparrela.
“Judiciário nada vale”
Em conversa com o empresário Auro Gorentzvaig, na Presidência da República, em 2009, Lula disse o Judiciário nada vale. Ou seja, esse discurso de que a Justiça julgará “pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei” é conversa fiada da pior qualidade. Nos oitos anos em que esteve presidente da República, Lula se especializou em abafar escândalos de corrupção, o que mostra que seu respeito à lei é nulo.
Em relação ao julgamento do Mensalão do PT, que mandou para a prisão alguns dos companheiros da cúpula do PT, Lula deveria se der por feliz, pois em países sérios as penas seriam maiores e mais duras. É no mínimo pesadelo imaginar que os artífices de um esquema milionário de corrupção passaram alguns poucos meses atrás das grades e agora, depois de soltos na esteira da progressão de regime, começam a desafiar a Justiça.
Logo após a eclosão do Mensalão do PT, Lula dirigiu-se ao povo brasileiro e pediu desculpas pelo ocorrido. Ou seja, o então presidente reconheceu o escândalo, que só avançou porque o governo petista foi conivente. Na sequência, por interferência do próprio Lula, o “companheiro” Tarso Genro assumiu a presidência do PT com a promessa de reconstruir o partido. O que não aconteceu. Mais adiante, em entrevista publicada nas “páginas amarelas” da revista Veja, o agora ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, reconheceu a existência do Mensalão do PT disse que o partido deveria admitir o fato.
Sobre a aludida tentativa de criminalizar o PT, sugerida por Lula, trata-se de redundância burra, pois é desnecessário tomar tal atitude com um partido que é considerado organização criminosa.
Resumindo, Lula e o PT se confundem o tempo todo, mas ambos embalam a receita explosiva de um embuste que mescla banditismo político com caradurismo explícito. E acredite nessa turma quem quiser, porque de corrupção os brasileiros de bem estão cansados.