Governo Dilma anuncia cortes nas emendas parlamentares e compra de caças fica para depois

Freio puxado – Quando o messiânico Luiz Inácio da Silva lançou Dilma Rousseff com candidata à sua sucessão, os palacianos se apressaram em inchar as previsões do crescimento econômico do País, o que por sua vez turbinou a coluna de gastos e investimentos da contabilidade do governo federal. Por conta dessa fictícia manobra, o governo da neopetista Dilma estreou sob o manto do anúncio de um bilionário corte de gastos, uma vez que um ajuste fiscal se faz necessário para conter a inflação, que continua dando mostras de vigor e fôlego.

Nesta segunda-feira (28), os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, da Fazenda e do Planejamento, respectivamente, anunciaram que dos R$ 50 bilhões em cortes, 18 bilhões sairão das emendas parlamentares. Para se ter ideia da intifada parlamentar que pode acontecer em breve, a navalha que percorrerá o Congresso Nacional deve decapitar 72% das emendas parlamentares, que no total somam R$ 25 bilhões.

Como quem chega ao poder não salta do berço para caridades ideológicas, os partidos que fazem oposição ao Palácio do Planalto serão os primeiros prejudicados. Situação que deve acirrar ainda mais o discurso contra o governo de Dilma Rousseff. Fora isso, os partidos da base aliada devem protagonizar uma debandada, o que encolheria a folgada maioria que o Executivo federal tem atualmente no parlamento.

O corte anunciado pelos ministros da área econômica não deve “derrubar” a economia brasileira, mas permitirá ao governo alcançar níveis de crescimento “sustentável”, na faixa dos 5% ao ano. “O crescimento do PIB deve ficar em torno de 7,5% em 2010, é uma aceleração excessiva para a economia brasileira. Então, estamos conduzindo a economia para um patamar mais sustentável, em torno de 5%. Crescer a 7,5% por um tempo longo pode criar gargalos, e gerar problemas inflacionários”, explicou Guido Mantega.

Fora isso, o ministro Mantega disse que a renovação da frota da Força Aérea Brasileira, que aguarda uma definição sobre o projeto FX-2, não acontecerá tão cedo, pois o governo brasileiro não tem dinheiro para tal operação. Mantega afirmou que houve uma redução de R$ 18,087 bilhões nas receitas federais. Ora, se as emendas parlamentares sofrerão degola de R$ 18 bilhões, alguém da área econômica vem anunciando cortes além do necessário ou previsto.

No contraponto, Mantega mostra que é um neófito em concorrências internacionais, pois mesmo o Planalto escolhendo o fornecedor de caças supersônicos, nenhum centavo deve sair dos cofres federais nos próximos dois anos, período em que serão discutidos preços, formas de pagamento e transferência de tecnologia. Há nesse discurso algo muito obscuro, que pode em futuro não tão distante beneficiar algum “companheiro” ligado a fornecedores de aeronaves.

Por outro lado, o adiamento da decisão sobre o projeto FX-2 mostra que o recente lobby exercido pela Boeing e pela Saab – leia-se F18 Super Hornet e Gripen NG – serviu para nada. Assim como foram inócuas as investidas do prefeito de São Bernardo do Campo, o petista Luiz Marinho, que da noite para o dia tornou-se um especialista em aviões de combate.