Recordar é viver – Querendo ou não os brasileiros, toda e qualquer disputa política em âmbito nacional passa obrigatoriamente pela capital dos paulistas, a mais rica e importante cidade do País, o que lhe confere problemas de sobra.
No debate entre os candidatos à prefeitura paulista, realizado na noite de segunda-feira pela Rede TV! e pelo jornal “Folha de S. Paulo”, o petista Fernando Haddad mostrou ser uma marionete de luxo de Lula, dependente da presidente Dilma Rousseff e agora dependente da desafeta senadora Marta Suplicy, que prometeu subir em seu palanque nos próximos dias.
Sem conhecer a cidade para a qual alega ter as melhores e derradeiras soluções, Haddad recorreu ao passado de Marta Suplicy para mostrar aos telespectadores uma competência que inexiste no PT. Disse o candidato petista que a gestão de Marta Suplicy se destacou por inesquecíveis ações na área de Educação e dos transportes públicos.
É preciso reconhecer que Fernando Haddad está absolutamente correto em sua afirmação, pois na educação Marta se notabilizou pelas escolas de lata, containeres transformados em salas de aula, onde os alunos cozinhavam durante o verão. Se essa é a referência de Haddad para o setor educacional da cidade, os eleitores devem pensar bem na hora do voto.
Contundo, o maior acerto de Fernando Haddad foi em relação às ações de Marta Suplicy no transporte público. A administração da arrogante Marta foi marcada por um escândalo envolvendo a Viação Cidade Tiradentes, imbróglio que foi parar em uma delegacia de polícia da capital dos paulistas. Com passivo tributário impagável, a empresa foi transferida para o nome de “laranjas”.
Ex-proprietário da falida Gallus Agropecuária, Gelson Camargo dos Santos foi preso, juntamente com seu irmão, Sérgio, em Itapeva, no interior de São Paulo, sob a acusação de participarem do golpe na empresa de ônibus que atuava na Zona Leste paulistana.
Os irmãos foram acusados de envolvimento com Samy Gelman Jaroviski e Marcos José Candido da Silva, também presos. O quarteto teria convencido a SPTrans (órgão da prefeitura que cuida do transporte público) investisse R$ 11,5 milhões na empresa, no momento em que estava sob intervenção por causa de salários atrasados e interrupção dos serviços.
Durante as investigações, nomes de pessoas muito próximas a Marta Suplicy foram citados como integrantes do esquema criminoso que salvou um dos mais poderosos empresários de ônibus do País, Constantino de Oliveira, o nada simpático Nenê Constantino, dono da Gol. Em depoimento à autoridade policial, Gelson Camargo disse que Luis Favre, então marido de Marta, seria o “padrinho” do esquema.
Nos depoimentos, os acusados revelaram também que pelo menos dois vereadores foram beneficiados pelo esquema que, por meio de propinas, conseguiu que a SPTrans investisse dinheiro público na empresa. Então presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador petista Arselino Tatto, irmão do deputado federal Jilmar Tatto, foi acusado de ser um dos beneficiários. A então vereadora Myryam Athiê (PMDB), aliada de Marta Suplicy, também foi acusada de envolvimento no escândalo.