Impeachment: defesa melancólica e ufanista mostra que Dilma insiste na tese do golpe

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Quando decidiu não comparecer à Comissão Especial do Impeachment para se defender, a presidente afastada Dilma Vana Rousseff sabia o que estava fazendo. Afinal, se lá estivesse teria sido alvo dos questionamentos dos adversários e acabaria se enrolando no próprio discurso, que como todos sabem é desconexo e mitômano.

Destarte, Dilma optou por apresentar sua defesa por escrito, a qual foi lida pelo advogado José Eduardo Martins Cardozo, ex-ministro da Justiça e responsável por defender a petista no processo de impeachment que está na reta final.

Quem acompanhou a leitura não demorou a perceber que o documento, com trinta páginas, nem mesmo em um rasgo de genialidade foi escrito pela presidente afastada, que já demonstrou ao País a sua dificuldade em articular frases e pensamentos.

Contudo, a defesa trouxe um detalhe que vai ao encontro da enfadonha tese do golpe, algo que só encontra espaço na mente doentia e totalitarista da esquerda bandoleira que tomou o País de assalto. Em determinado trecho do documento, Dilma assinalou que é “vítima de uma farsa jurídica e política”. Ou seja, a presidente afastada simplesmente não reconhece a Comissão Especial do Impeachment, que é parte integrante do Senado, a quem compete decidir sobre a matéria.

“O destino sempre me reservou grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença, e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais me dói neste momento é a injustiça. O que mais dói é perceber que estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política”, escreveu Dilma.

Dilma, assim como qualquer cidadão que na democracia que ainda vigora em terras brasileiras, tem o direito de manifestar livremente o próprio pensamento, mas não pode querer que suas palavras sejam transformadas em ode à verdade máxima. Para os esquerdistas verde-louros, que ao longo dos últimos treze anos se acostumaram com o vale tudo, qualquer assunto torna-se uma farsa quando os próprios interesses não são contemplados.


Aliás, logo no início da sessão de leitura da defesa, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez críticas à Comissão pelo fato de o relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), ser membro de um partido que sempre fez oposição a Dilma. Eis uma prova de que a esquerda nacional, neste caso, gostaria de atropelar o Estado Democrático de Direito e passar por cima do estabelece a legislação vigente.

Mais adiante, no documento, Dilma escreveu: “Não há, na edição desses decretos, a menor possibilidade de que se possa configurar juridicamente a ocorrência de qualquer crime de responsabilidade […] Não houve desrespeito às metas financeiras estabelecidas. Não houve, no caso, qualquer comportamento ilícito e grave capaz de configurar um verdadeiro ‘atentado’ à nossa Constituição”. Ou seja, cometeu os erros, foi alertada sobre a violação da lei, mas insiste em negar a autoria dos mesmos. Coisa típica de psicopatas.

Sem autorização do STF para anexar ao processo de impeachment o conteúdo da delação premiada de Sérgio Machado, a petista não hesitou em mencionar no documento um trecho da fala de Romero Jucá, gravado pelo ex-presidente da Transpetro. “Como disse um dos líderes mais importantes do governo interino, o senador Romero Jucá, era preciso me destituir para que fosse possível um acordo que esvaziasse as operações policiais contra a corrupção e fosse estancada a ‘sangria’ resultante dessas investigações”, escreveu Dilma.

A presidente afastada é tão dissimulada quanto covarde, por isso não mencionou no documento o conteúdo de uma gravação em que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, sugere um acordo espúrio com Lula para manter Dilma na Presidência da República.

O tom melancólico e dramático do documento mostra que Dilma sabe que a derrota no plenário do Senado é algo inevitável e que seu futuro será tão pífio quanto a sua passagem pelo Palácio do Planalto, período em que, na condição de chefe do governo, alimentou a corrupção endêmica e arruinou a economia brasileira.

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