Lava-Jato: ilações sobre operação que desmontou o Petrolão servem para tentar alavancar Marina Silva

Há no Brasil um movimento sorrateiro que tenta passar à opinião pública a falsa ideia de que a Operação Lava-Jato está em risco. Trata-se de uma estratégia covarde para preparar terreno a figuras políticas que querem se aproveitar do momento de estarrecimento da população.

Quando, em 2016, surgiu o boato de que políticos poderiam engessar a Lava-Jato, o UCHO.INFO imediatamente afirmou que se tratava de discurso de encomenda, uma farsa com endereço certo. Somente um desavisado é capaz de acreditar que uma investigação desse naipe, à época com mais de dois anos, poderia ser interrompida com a mesma facilidade com que se aciona o interruptor da luz da sala.

Na sequência, o Ministério Público Federal (MPF), mais precisamente a força-tarefa da Lava-Jato, propôs ao Congresso Nacional, na forma de projeto de iniciativa popular, um pacote com dez medidas de combate à corrupção. Ao MPF não cabe o papel de legislar, mas, sim, como expressa o nome da instituição, zelar pelo interesse público. Legislar é competência do Poder Legislativo.

Agora, a mais nova sandice nessa seara é a notícia sobre a costura de um eventual acordo entre o presidente Michel Temer e os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso para barrar a Lava-Jato, como forma de evitar o desaparecimento do PMDB, do PT e do PSDB, os três partidos mais encalacrados nas investigações.


Mais uma vez, somente um desavisado seria capaz de acreditar que os três seriam capazes de barrar o avanço da Operação Lava-Jato. O estrago já está feito, principalmente depois das estarrecedoras delações dos executivos e ex-dirigentes da Odebrecht, que às autoridades revelaram o modus operandi do maior esquema de corrupção de todos os tempos.

Há meses, o UCHO.INFO afirmou que essas incursões contra a Lava-Jato tinham como nascedouro parte do núcleo de investigação, que trabalha de forma deliberada com o objetivo de pavimentar o terreno para Marina Silva, que em breve deve surgir na cena política travestida de salvadora da humanidade. Basta acompanhar a veiculação sutil de propaganda política da legenda, sempre no vácuo de alguma notícia sobre a operação da PF.

Para quem duvidou da nossa previsão, a prova dos nove aí está para quem quiser coferir. Marina Silva, petista de alma, trabalha nos bastidores para conseguir que envolvidos direta ou indiretamente nas investigações da Lava-Jato filiem-se à Rede Sustentabilidade. Entre os nomes cogitados estão os do ex-ministro Joaquim Barbosa (STF), do procurador Deltan Dallagnol e do delegado federal Leandro Daiello, diretor-geral da Polícia Federal.

Esse cenário mostra que na política brasileira, sempre sórdida, nada acontece por acaso. Marina Silva, que não engana sequer a madre superior do convento mais próximo, quer pegar carona nos efeitos colaterais do período mais corrupto da história nacional, ancorado por seus outrora “companheiros”. Marina sempre soube da roubalheira sistêmica instituída por Lula, mas silenciou-se por conveniência. Além disso, aceitou doação da Odebrecht, ciente de que a empreiteira estava na proa do Petrolão. Por isso não tem moral para aparecer como a espada moralizadora.

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