Pano quente – Na Câmara Municipal de São Paulo, que lhe concedeu o concedeu o título de cidadão paulistano e a Medalha Anchieta, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva voltou a negar a existência do escândalo do Mensalão do PT e disse que tudo não passou de uma tentativa de golpe da oposição contra o seu governo.
Que o ex-presidente não se incomoda em mentir todos sabem, mas é preciso destacar que Lula só não foi apeado do cargo àquela altura dos acontecimentos porque a oposição surgiu em cena com a tese da governabilidade.
É natural que o principal chefe dos mensaleiros queira negar o maior escândalo de corrupção da história política nacional, pois o julgamento do caso está a um passo de acontecer no Supremo Tribunal Federal, com larga chance de condenação dos 38 acusados. Prova disso foi o desejo do PT de tentar desqualificar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a quem caberá a missão de sustentar a acusação contra os envolvidos no esquema de pagamento de mesadas em troca de apoio político no Congresso Nacional.
Lula tem o direito constitucional de pensar e dizer o que bem entender, mas negar a verdade é algo que beira o ridículo. Fossem procedentes as palavras que o ex-metalúrgico repetiu no Legislativo paulistano, Silvio Pereira, o Silvinho “Land Rover”, ex-secretário-geral do PT, não teria feito um acordo no STF e substituído uma eventual condenação no caso do Mensalão por prestação de serviços comunitários.