Marcado por decepções e acusações, bastidor da Copa é tenso por causa do fiasco do governo brasileiro

(Ilustração: Mário Alberto)
(Ilustração: Mário Alberto)
Temperatura alta – Ao contrário da imagem de tranquilidade que os palacianos tentam “vender” à opinião pública sobre a realização da Copa do Mundo, cujo jogo de estreia acontecerá na próxima quinta-feira (12), em São Paulo, é extremamente tenso o clima nos bastidores do evento.

Na segunda-feira (9), quando mostrou aos jornalistas o seu celular com uma capa de proteção que traz reprodução da bandeira brasileira, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse que é adepto confesso do “progresso”, vernáculo que faz parte do dístico que ostenta o pavilhão nacional. Valcke não estava a fazer graça com os brasileiros, mas a mandar um recado ao governo brasileiro e às autoridades envolvidas na organização da Copa, mas os inquilinos do Palácio do Planalto se fizeram de surdos.

Na verdade, Jérôme Valcke, que ainda em 2007 foi chamado de “idiota” pelo malandro Lula, fez uma dura crítica à bagunça que se instalou nas doze cidades-sede da Copa. Faltando menos de 48 horas para o início do principal torneio do futebol planetário, obras nos estádios e nas cercanias continuam inacabadas. Muitas serão finalizadas após o evento, se é que isso de fato ocorrerá.

Em conversa com o editor do ucho.info, na tarde desta terça-feira (10), um graduado integrante das equipes que frequentam os reservados e quase inacessíveis bastidores da organização da Copa do Mundo confidenciou que os executivos da FIFA estão indignados com o escandaloso atraso no cronograma das obras e o respectivo desleixo do governo com o evento. O nosso interlocutor informou que os dirigentes da FIFA têm repetido, como se fosse um mantra, que nem mesmo na África do Sul, onde era grande a expectativa em relação a erros e atrasos, tantos absurdos aconteceram.

Para quem não acompanhou “in loco” a Copa da África do Sul, em 2010, na bela Cidade do Cabo a preocupação dos sul-africanos em relação à organização foi exemplar. Apesar de todas as dificuldades econômicas de uma nação que ainda trilha o caminho da democracia, o torcedor se valia do transporte público para chegar ao estádio e era deixado ao pé da rampa que levava ao setor correspondente ao ingresso. As informações sobre as linhas de ônibus e os locais exatos de embarque eram entregues juntamente com o ingresso.

Nessa barafunda chamada Brasil, Lula (o apedeuta e dublê de lobista) rotula como “babaquice” exigir metrô à porta do estádio e sugere que os torcedores sigam aos estádios a pé ou no lombo de um jegue. Em relação aos ingressos para a Copa que começará em poucas horas, alguns torcedores não terão o direito de ocupar o lugar escolhido previamente, uma vez que os estádios sofreram modificações e o número de assentos foi reduzido.

De tal modo, que os brasileiros não se deixem enganar com as imagens que serão gravadas na cerimônia de abertura da Copa e esparramadas por todo o País, porque nas coxias do evento o clima é de pouca cordialidade, acusações pesadas de parte a parte e nervos à flor da pele. Até porque, o decadente Joseph Blatter contava com o sucesso da Copa no Brasil para permanecer à frente da FIFA. Apesar de todos os contratempos e vexames que surgirão em cena, a FIFA há de embolsar a bagatela de US$ 4,5 bilhões com o evento.

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