PMDB decide apoiar Dilma, mas peemedebistas rebelados sinalizam que vida do PT não será fácil

michel_temer_30Parada dura – Não importa o placar, vitória é sempre vitória. Mesmo com um resultado apertado e diferente do proclamado em 2010, o PMDB, que realizou convenção nacional nesta terça-feira (10), decidiu apoiar o projeto de reeleição da petista Dilma Rousseff, que mais uma vez terá Michel Temer como candidato a vice.

Durante o encontro, em Brasília, 59,15% dos votos peemedebistas foram a favor do apoio à candidatura de Dilma. Em 2010, 84,85% dos filiados ao PMDB e com direito a vota na convenção partidária defenderam a aliança com o Partido dos Trabalhadores.

Com o resultado, Dilma consegue agregar quase seis minutos no horário de rádio e televisão, que em um país com dimensões continentais como o Brasil faz uma enorme diferença, pois durante a campanha é difícil dirigir a palavra aos eleitores de todo o País, exceto por meio eletrônico.

A decisão peemedebista tomada nesta terça-feira não significa que o apoio será amplo, geral e irrestrito. Nas eleições estaduais o PMDB, em pelo menos oito unidades da federação, caminhará sozinho e com um discurso contra o Palácio do Planalto. É o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro, estados onde o PMDB terá candidatos próprios – Paulo Skaf e Luiz Fernando Pezão, respectivamente.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, a situação será de constrangimento para o vice-presidente da República, Michel Temer, que bancou a candidatura do empresário Paulo Skaf, presidente licenciado da FIESP. É fato que Skaf será de algum modo parcialmente útil ao PT, por tentar levar para o segundo turno a corrida ao Palácio dos Bandeirantes, mas as chances de reeleição do tucano Geraldo Alckmin são grandes, com chance de liquidar a fatura no primeiro round da disputa. Além disso, Paulo Skaf deve repetir o duro e ácido discurso dos últimos tempos, quando disparou críticas nada suaves na direção da Esplanada dos Ministérios. Sendo assim, Dilma não subirá no palanque de Skaf, assim como Michel Temer não subirá no de Alexandre Padilha.

No Rio de Janeiro é ainda pior. À frente do governo do Rio de Janeiro desde que Sérgio Cabral Filho deixou o cargo para concorrer ao Senado Federal, Pezão tem como principal adversário o petista Lindbergh Farias. Senador da República, o “ex-cara pintada” Lindbergh já não vocifera os mesmos discursos radicais de outrora e cada vez mais tem se rendido às benesses do capitalismo. Enquanto o PT insiste na candidatura de Lindbergh Farias, o PMDB declarou apoio no estado à candidatura do mineiro Aécio Neves, presidenciável do PSDB.

No segundo maior colégio eleitoral brasileiro, Minas Gerais, o cenário não é diferente. O PMDB terá candidato próprio, o que em nada ajudará a conter a preferência majoritária dos mineiros pelos tucanos, que têm em Aécio Neves a esperança de mudança no comando do País.

Os números da convenção do PMDB garantiram a Dilma o apoio do partido, é fato, mas ao mesmo tempo mostram que a vida do PT não será fácil, inclusive nas incursões da petista nos estados controlados por peemedebistas que fazem oposição do Palácio do Planalto.

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