Operação mordaça – A dinheirama que passou pelo caixa do Mensalão do PT serviu não apenas para comprar a consciência e o voto de muitos parlamentares, mas também para esculpir a opinião de alguns profissionais da imprensa nacional, que repentinamente passaram a defender os integrantes do governo mais corrupto da história brasileira. Passadas as investigações do escândalo, pelas CPIs instaladas no Congresso Nacional, alguns jornalistas mudaram de lado sem explicação plausível. Simplesmente passaram a buscar maneiras de não criticar os palacianos, além de, quando possível, elogiá-los por feitos duvidosos. Não que tenham deixado de noticiar os imbróglios oficiais, até porque seria perder o “bonde da história”, mas faziam de forma tênue e doce, como se corrupção fosse uma maria-mole da venda da esquina mais próxima.
Recebendo mesadas que ultrapassavam com folga os salários pagos por seus empregadores, tais profissionais em momento algum se preocuparam com o enorme mal que proporcionavam à massa ignara da sociedade, criando no País uma aura fraudulenta que blindou Lula e o Partido dos Trabalhadores até as recentes condenações proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470.
Em alguns casos, as mesadas aos profissionais da imprensa são pagas até hoje, com valores que ultrapassam a marca dos R$ 100 mil mensais. Em outra ponta, para atacar os partidos de oposição, mesmo que com notícias falsas e insinuações absurdas, alguns profissionais e veículos de comunicação são patrocinados por autarquias federais por meio de campanhas publicitárias milionárias.
Outro flanco irrigado pelo dinheiro do mensalão é a tropa de choque cibernética petista, sempre a postos para monitorar na rede mundial de computadores os jornalistas que criticam o governo e por causa disso são alvo de impropérios e intimidações de toda ordem.
Em duas ocasiões, nos anos de 2004 e 2005, o editor do ucho.info sofreu assédio de um profissional da imprensa há muito abduzido pelo esquema criminoso oficial. Em ambas as situações, o mensageiro ofereceu polpudas quantias mensais (R$ 200 mil) para que deixássemos de lado as críticas ao governo. Se a oferta era de conhecimento das autoridades não sabemos, mas o interlocutor falou em nome de um apêndice do governo, cujo fluxo financeiro é manipulado com pouca ortodoxia. A oferta, somente agora revelada, foi de chofre recusada, algo comprovado de maneira incontestável nas centenas de matérias em que criticamos os donos do poder, linha editorial que mantemos por questões ideológicas e principalmente pelo compromisso que temos com os brasileiros de bem. Diante da recusa, até hoje sofremos consequências covardes e rasteiras, sendo que continuar com o trabalho é um perigoso desafio.