Ministro da Justiça autoriza ajuda federal a presídios do Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima

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Ainda ministro da Justiça, Alexandre de Moraes autorizou, no domingo (8), o envio de ajuda federal na área de segurança para os estados do Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima. Os pedidos foram feitos pelos governos dos estados para conter o caos no sistema prisional.

Os governos de Rondônia e do Mato Grosso receberão equipamentos de segurança e armamentos. O governo do Amazonas receberá equipamentos de varredura do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que também disponibilizará temporariamente agentes penitenciários federais “para auxiliar as autoridades locais na coordenação necessária para o restabelecimento da ordem nos presídios estaduais”, afirmou o Ministério da Justiça e Cidadania.

Uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, deixou quatro mortos na madrugada de domingo. A penitenciária estava desativada por falta de condições para abrigar presos, mas, mesmo assim, recebeu cerca de 280 detentos transferidos do Complexo Penitenciário Anísio Teixeira (Compaj), também na capital amazonense, depois da chacina no local que resultou na morte de 56 presos.

A rebelião no início da última semana foi o segundo maior massacre em presídios brasileiros, atrás apenas do ocorrido na antiga penitenciária do Carandiru, em São Paulo, em 1992, onde, oficialmente, morreram 111 presos.


Neste domingo, três corpos foram encontrados nas imediações do Compaj, em avançado estado de decomposição. O governo não informou se há ligação dos cadáveres com a chacina do início da semana. Também no domingo, Alexandre de Moraes conversou com a governadora de Roraima, Suely Campos, que acabou solicitando o auxílio da Força Nacional para garantir a ordem nos presídios no início desta semana.

Na última sexta-feira (6), 33 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), na zona rural de Boa Vista. No mesmo dia, Moraes apresentou um Plano Nacional de Segurança Pública, que tem como um dos objetivos principais a racionalização e modernização do sistema penitenciário.

O caos que tomou conta do sistema penitenciário nacional é preocupante, pois as facções criminosas que dominam os presídios estão dispostas a tudo para conquistar o controle do tráfico de drogas no País, mas, mesmo assim, o ministro da Justiça agendou somente para o próximo dia 17 uma reunião com os secretários estaduais de Segurança Pública. O que mostra que para o governo federal o assunto não é tão sério como se pensa.

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