Ministro dos Transportes alega desconhecimento, mas é obrigado a demitir assessores suspeitos

Olho da rua – O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), após receber por telefone ordens da presidente Dilma Rousseff e da denúncia da revista Veja deste final de semana, exonerará importantes integrantes da cúpula do ministério.

Na marca do pênalti estão o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot; o presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha; o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa; e o assessor Luiz Tito.

Antes de anunciar por meio de nota o afastamento dos assessores, o ministro Alfredo Nascimento conversou com a presidente Dilma. No texto, o ministro “rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”. Segundo as denúncias, os órgãos do ministério cobravam um “pedágio político” de 4% sobre o valor das faturas recebidas. A contrapartida era a garantia de fornecedores nas licitações, permitindo superfaturamento de preços, bem como os aditamentos, elevando o valor das obras a níveis estratosféricos.

Arrogante e prepotente, Luiz Antônio Pagot, que tem no Senado Federal uma horda de irresponsáveis defensores, faz uso de ameaças para intimidar aqueles que questionam a sua conduta à frente do órgão (Dnit) que substituiu o não menos polêmico Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, um conhecido antro de corrupção e desmandos. Uma das vítimas de Pagot é a blogueira Adriana Vandoni, que em queixa-crime teve a prisão requerida pelo agora ex-diretor do Dnit.

Dono de truculência típica de fazer inveja aos déspotas que frequentaram o lado oriental do outrora Muro de Berlim, Luiz Antônio Pagot procurou a Justiça de seu estado, Mato Grosso, porque se sentiu ofendido com análise fita por Adriana Vandoni sobre relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que encontrou irregularidades das mais diversas no Dnit. De agora em diante o presunçoso Pago terá tempo suficiente para refrescar a memória e apelar ao mea culpa, se é que ditadores se permitem a atos de grandeza.