Mudança do local da missa de encerramento da JMJ provoca prejuízo milionário

Mico oficial – Definitivamente o Brasil é o país do “puxadinho”, do remendo, do improviso. O Estado, como um todo, tem se mostrado perdido em relação à Jornada Mundial da Juventude desde a chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro. Depois do fiasco em que se transformou a segurança do pontífice, colocando o religioso em situação de perigo e vulnerabilidade em pelo menos duas ocasiões, autoridades anunciaram nesta quinta-feira (25) a mudança do local da vigília e da missa campal marcada para os próximos sábado e domingo.

Ambos os eventos deveria ocorrem no Campo da Fé, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas o mau tempo transformou o local em um enorme lamaçal. Com a decisão, a vigília e a missa foram transferidas para a Praia de Copacabana. A informação foi confirmada pelo arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta.

Durante entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes solicitou a compreensão dos moradores do bairro. O alcaide carioca explicou que a situação de Guaratiba “do ponto de vista de saúde coloca as pessoas em risco”, o que obrigou os técnicos em logística e saúde a recomendarem a mudança.

Na companhia dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), o prefeito do Rio informou que os eventos estão mantidos, lembrando que contingências ocorrerão em Copacabana. Um dos problemas apontados na entrevista é a eventual falta de número adequado de banheiros químicos, uma vez que não haverá tempo hábil para transportar os equipamentos de Guaratiba para Copacabana.

Guaratiba é um local inóspito e que há muito não entra na lista de prioridades dos governantes. Não se pode aceitar uma explicação como a dada pelo prefeito Eduardo Paes, sem que um plano de investimentos oficiais na região seja cobrado na sequência.

A grande questão que se instalou nos bastidores da Jornada Mundial da Juventude é sobre o prejuízo dessa mudança do local do evento. O custo da JMJ está orçado em aproximadamente R$ 350 milhões, sendo que a maior parte refere-se ao Campo da Fé. Esse imbróglio já começa a produzir fumaça e tem todos os ingredientes para não acabar bem.