Tiro no pé – Consultados semanalmente pelo Banco Central, os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País voltaram a reduzir as expectativas quanto ao crescimento economia, enquanto cresceu a estimativa em relação à inflação. De acordo com o Boletim Focus, divulgado sempre às segundas-feiras, a previsão dos economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014 passou de 6,3% para 6,35%. Trata-se da quinta elevação seguida do indicador. Para 2015, a expectativa dos analistas para a inflação saltou de 5,80% para 5,84%.
Com a nova previsão para o IPCA deste ano, o mercado financeiro mostra que o mais temido fantasma da economia se aproximou ainda mais do teto de 6,5% fixado no sistema de metas de inflação. Desde o fim da era Lula e a chegada de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto, a inflação tem gravitado na órbita de 6% ao ano. Em 2010, por exemplo, atingiu 5,91%, saltando para 6,50% em 2011, depois recuando para 5,84% em 2012 e de novo subindo para 5,91% no ano passado.
Longe da inflação oficial, com a qual o governo tenta ludibriar a opinião pública, a inflação real, aquela enfrentada pelos cidadãos até mesmo durante o sono, já deixou ara trás o patamar de 20% ao ano. O que faz com que o salário do trabalhador acabe antes do final do mês. Isso explica a queda no consumo e a resistência na inadimplência.
Crescimento do PIB
Em relação ao crescimento da economia, os economistas reviram para baixo as expectativas, na comparação com a previsão anterior. O mercado financeiro aposta em avanço de 1,63% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,69% da semana anterior. Trata-se do segundo recuo seguido do PIB.
A expectativa dos economistas em relação ao PIB de 2014 continua aquém do estimado no orçamento do governo federal, que é de 2,5%. Fora isso, a aposta do mercado está abaixo da previsão feita pelo Banco Central no mês de março, que esperava um crescimento do PIB ordem de 2%. Por enquanto, para 2015 a expectativa de crescimento da economia brasileira permanece inalterada, em 2%.
Desautorizando a presidente
Os números da economia e as previsões dos analistas do mercado financeiro têm derrubado seguidamente os discursos ufanistas de Dilma Rousseff, que preocupada com seu projeto de reeleição vem abusando da mitomania para vender ao povo brasileiro uma situação que não existe.
Para quem, no final de 2013, ocupou os meios de comunicação a reboque de um discurso oficial e afirmou que este ano seria de prosperidade e com inflação controlada, Dilma tem se mostrado não apenas inoperante, mas escandalosamente incompetente.
Desde que chegou ao poder, em janeiro de 2010, Dilma adotou 23 medidas de estímulo à economia, sem que nenhum delas tenha surtido resultado. Em todas as ocasiões, o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as medidas demoram até seis meses para produzir feitos na economia, mas desde então muitos semestres se passaram sem que nada de positivo acontecesse na economia.