Morte de ex-senador boliviano, em SP, pode ser o fio da meada de um novelo complexo e repleto de nós

andres_guzman_01Mal contado – O caso do assassinato do ex-senador boliviano Andrés Guzman (à esquerda na foto), baleado na Zona Sul da capital paulista pelo motorista e segurança do empresário Olacyr de Moraes, tem todos os ingredientes para se transformar em um rumoroso escândalo.

Guzman conduzia seu veículo em avenida localizada nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, quando discutiu com o motorista e acabou sendo atingido por três tiros de arma de fogo cujo número de registro estava raspado. O motorista Miguel Garcia Ferreira, preso logo após o crime, disse que o ex-senador vinha extorquindo o empresário que já foi considerado como o rei da soja.

A polêmica em torno do caso surge em vários pontos. O primeiro deles é sobre a real quantia em dinheiro que estava na maleta que fora entregue a Andrés Guzman instantes antes pelo empresário. Menos de um minuto após o crime, um policial militar, que no momento trabalhava como segurança na casa de um conhecido empresário paulistano, foi o primeiro a socorrer Guzman. Informações obtidas pelo ucho.info dão conta que o tal segurança ouviu do motorista assassino que na maleta havia R$ 800 mil.

De acordo com relatos de policiais que prenderam o assassino, na tal maleta tinha a quantia de R$ 400 mil. Ou seja, considerando que a declaração inicial do motorista é verdadeira, o Brasil tornou-se palco do primeiro milagre da multiplicação às avessas. Ou seja, ocorreu o milagre da divisão. É verdade que quanto mais se divide mais se multiplica, mas nesse caso foi divisão pura e simples, operação patrocinada pela subtração.

A segunda questão a ser considerada é como alguém mantém em casa quantia tão elevada em dinheiro vivo e sonante. Há algo estranho nesse imbróglio e que precisa ser esclarecido com a máxima urgência, antes que o caso caia no esquecimento. Se o montante em dinheiro foi sacado em alguma agência bancária, o empresário Olacyr de Moraes precisa provar a operação de saque.

O terceiro detalhe, talvez o mais importante, é saber que tipo de extorsão estava em curso e por qual razão o boliviano Andrés Guzman estava agindo dessa forma em relação a Moraes. Guzman foi diretor de duas empresas do ex-rei da soja e continuava cuidando de alguns negócios do empresário na esfera política.