Omertà: prisão de Palocci complica Lula e Dilma, além de mostrar que o caseiro Nildo estava certo

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Quando Deltan Dalagnol, procurador da República que coordena a força-tarefa da Operação Lava-Jato fez longa e detalhada explanação antes de falar sobre a denúncia oferecida contra Lula, o dramaturgo do Petrolão, ficou claro em um dos muitos organogramas apresentados que novas prisões estavam na fila de espera. Isso porque um dos slides apresentados mostrava o ex-presidente sendo orbitado por pessoas envolvidas em escândalos de corrupção.

Nesta segunda-feira (26), a Polícia Federal deflagrou a Operação Omertà, 35ª fase da Lava-Jato, e prendeu o ex-ministro da Antonio Palocci Filho (Fazenda e Casa Civil). Com isso, a força-tarefa coloca mais uma vez a Operação Lava-Jato no centro dos governos Lula e Dilma Rousseff, o que reforça a tese de que o PT tinha um projeto criminoso de poder, o qual visava arrecadar dinheiro ilegal, por meio de corrupção, para que o partido transforma-se o Brasil em uma ditadura esquerdista travestida de democracia, como acontece em alguns países.

A Omertà investiga indícios de uma conexão criminosa entre Palocci e a cúpula da Construtora Norberto Odebrecht. De acordo com a as investigações, o petista teria atuado deliberadamente em nome do PT nas tratativas criminosas com o Grupo Odebrecht, cujo presidente licenciado está preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015, por determinação do juiz Sérgio Moro.

Os investigadores apuraram que Antonio Palocci atuou para beneficiar o grupo empresarial em vários setores em que a decisão cabia ao governo federal, recebendo por isso soma vultosa e ilícita.


“Dentre as negociações identificadas foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobrás para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré sal”, afirma a PF em nota.

Os investigadores afirmam que na esteira da Operação Arquivo X, que mirou no petista Guido Mantega, a Lava-Jato aproximou-se de vez dos governos de Lula e Dilma, com a possibilidade de novas prisões acontecerem em breve. Isso porque além de Palocci, os nomes de Erenice Guerra e Luciano Coutinho surgiram nas investigações. Lembrando que o empresário Eike Batista, peça-chave para a prisão de Mantega, sugeriu ao Ministério Público Federal uma devassa no BNDES.

Com a deflagração da Omertà fica evidente que o PT usou o Ministério da Fazenda, a Casa Civil e o BNDES como centrais de negociação de propinas em favor da legenda. Mantega, Palocci e Coutinho tiveram os nomes mencionados por delatores da Lava-Jato como porta-vozes da legenda quando o assunto era manter a “propinocracia”.

Voltando no tempo, a prisão de Antonio Palloci Filho confirma as denúncias do ex-caseiro Francenildo Costa, que denunciou o então ministro da Fazenda de Lula de operar um esquema de corrupção a partir de uma mansão em Brasília, conhecida como “República de Ribeirão”.

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