Linha de tiro – Em seu depoimento aos senadores das Comissões de Infraestrutura e do Meio Ambiente, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do DNIT, não fez qualquer menção ao ministro Paulo Bernardo da Silva, das Comunicações, bem como à ministra-chefe da Casa Civil, a paranaense Gleisi Hoffmann. Nos últimos dias, o nome de Paulo Bernardo veio à tona na condição de mandante do superfaturamento de obras do Ministério do Planejamento, assunto que culminou com a demissão do ministro Alfredo Nascimento (PR-AM).
Enquanto Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann são poupados por Pagot, a chefe da Casa Civil é alvo de notícias das mais diversas e que relatam o envolvimento de empreiteiras beneficiadas pelo Ministério dos Transportes no financiamento de algumas campanhas petistas. Candidata à prefeitura de Curitiba em 2008, a agora ministra Gleisi Hoffmann recebeu R$ 3,5 milhões de empreiteiras, dentre elas a UTC Engenharia, WTorre Engenharia e Construção, Construtora OAS, Construções e Comércio Camargo Corrêa Mendes Júnior Trading e Engenharia, MasterPav Construtora, MRG Construtora e Alusa Engenharia.
Investigada na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal, a empreiteira Camargo Corrêa foi a maior doadora da campanha de Gleisi Hoffmann, tendo despejado no caixa da petista a bagatela de R$ 500 mil. De acordo com o site Contas Abertas, “em 2008 a construtora doou apenas R$ 2 milhões para os candidatos nas eleições municipais. Um quarto desse valor foi destinado à candidata à prefeitura da capital paranaense, Curitiba, Gleisi Helena Hoffmann (PT)”.
Os adversários políticos de Paulo Bernardo da Silva, e por tabela de Gleisi Hoffmann, tentam provar a ligação da chefe da Casa Civil com o caixa 2 da Camargo Corrêa, assunto que tirou o sono de muitos políticos influentes.
Luiz Antônio Pagot citou repetidas vezes a Pol;icia Federal como um dos órgãos que já investigam as denúncias de superfaturamento, mas o ex-diretor do DNIT parece decidido a esconder o jogo, o que leva a concluir que um acordo com palacianos mudou o tom do seu discurso. Em Mato Gorsso, terra natal de Pagot, muitos apostam que, encerradas suas férias, ele voltará ao comando do órgão, de onde sairá meses depois, sem a pressão da imprensa, o que poderia acionar o seu palavrório venenoso.