Piada pronta: autoridades do Rio de Janeiro descobrem que bicheiros pagavam propina a policiais

Fingindo de sério – O Brasil está se transformando no paraíso das previsibilidades. Antes das festas natalinas, normalmente as autoridades decidem promover blitz em centros comerciais recheados de stands comandados direta ou indiretamente por chineses, que vendem produtos falsificados o ano inteiro. Isso ocorre regularmente na cidade de São Paulo dias antes de qualquer data comemorativa importante.

No Rio de Janeiro, a capital do Carnaval, as autoridades sempre decidem deflagrar operações policiais para investigar as escolas de samba e a respectiva liga semanas antes da festa momesca, como a desculpa de combater o jogo do bicho e o jogo ilegal. Desde que surgiu o primeiro pandeiro na Avenida Getúlio Vargas, onde no passado aconteciam as escolas de samba, o Carnaval é foi financiado por contraventores.

Não precisa nenhuma dose extra de raciocínio que o dinheiro destinado pela prefeitura carioca a cada escola de samba nem em sonho consegue colocar no sambódromo um décimo das alegorias e outros badulaques. Ou seja, a diferença é financiada pelo crime organizado que opera os jogos ilegais. A polícia sabe há décadas, mas resolve agir faltando dias para o Carnaval.

O mais pitoresco, se é que assim pode-se dizer, é que na Operação Dedo de Deus 2, da Polícia Civil do Rio, que teve como alvo a sede da Liesa (Liga das Escolas de Samba), descobriu-se que policiais recebiam propina dos bicheiros.

Como o Brasil vive uma temporada de crédito fácil, onde tudo que se compra é financiado, a propina vinha sendo paga em suaves prestações ao longo do ano, com direito ao famoso “credi-crime”, uma forma atenciosa com que os policiais tratam os marginais não perigosos. Ao invés de dar dinheiro aos policiais, os bicheiros assumiam o compromisso de pagar os carnês de financiamento dos automóveis comprados pelos corruptos.Na verdade, os policiais apenas criaram uma nova modalidade de colocar a corrupção em prática, pois o crime continua sendo o mesmo do século passado.

Só falta alguém aparecer em um dos enfadonhos telejornais anunciando a criação da roda e a invenção da pólvora, porque sem dormir os brasileiros ficarão por conta dessa incrível descoberta da polícia fluminense.