PIB recua 0,8% e chega a sete semestres de queda; previsões revelam piora da economia em 2017

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A recessão econômica que há muito chacoalha o Brasil em todos os quadrantes piorou, tonando-se ainda mais grave com os resultados do terceiro trimestre de 2016.

O novo e esperado cenário contraria a expectativa do Palácio do Planalto, que apostava no aumento da confiança do consumidor e das empresas para impulsionar a economia na esteira do afastamento definitivo da agora ex-presidente Dilma Rousseff.

De acordo com números divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Esse resultado já era esperado pelos economistas, que nos últimos tempos revisaram para baixo a expectativa em relação ao desempenho da economia no próximo ano. Com isso, o País registra o sétimo trimestre seguido de retração econômica – de abril a junho, o recuo foi de 0,4%.

Na comparação anual, tendo como base o terceiro trimestre de 2015, a queda é de 2,9%. Já no resultado acumulado do ano até setembro, o PIB apresentou recuo de 4% em relação ao mesmo período de 2015, maior queda para o intervalo desde o início da série, em 1996. Em valores correntes, o PIB alcançou 1,580 trilhão de reais.


Os investimentos recuaram 3,1%, frustrando expectativas de que o modesto avanço de 0,4% no trimestre anterior – o primeiro em mais de dois anos – fosse o início de um processo de recuperação. Os dados do IBGE mostram ainda que o consumo da população caiu 0,6%, e o do governo, 0,3%. No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 2,8%, e as importações recuaram 3,1%.

Na análise dos subsetores da economia, a agricultura teve retração de 1,4% no período, a indústria caiu 1,3%, e o setor de serviços registrou queda de 0,6%. A indústria também frustrou uma expectativa positiva, depois de ter registrado alta de 1,2% no segundo trimestre.

O desempenho decepcionante da economia brasileira desde a posse do presidente Michel Temer levou economistas a rebaixarem seus prognósticos de crescimento de 2017 para um nível em torno de 1%, enquanto alguns analistas não descartam um terceiro ano de recessão.

Além do cenário de terra arrasada deixado pelo PT na economia nacional, as questões políticas têm papel de destaque na formação de um quadro que só preocupa. A falta de confiança do investidor, especialmente o internacional, em relação à estabilidade política e das instituições do País têm comprometido o sonho com dias melhores. Além disso, a desconfiança do consumidor com o futuro também é fator de preocupação.

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