Prisão de Paulo Bernardo e condução coercitiva do motoqueiro de Dilma recolocam o PT no olho do furacão

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Depois de um alívio nas investigações da Operação Lava-Jato, o PT passou a acreditar que seria possível faturar politicamente com a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que em frágil e bisonho acordo de delação mandou parte da cúpula do PMDB pelos ares. Os petistas haviam retomado o “salto alto”, com direito, inclusive, a destilar a conhecida soberba que impulsiona os integrantes da legenda.

Contudo, a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), marido da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), recoloca o partido no olho do furacão em que se transformou a corrupção sistêmica que desmorona o País.

Paulo Bernardo foi preso na manhã desta quinta-feira (23) na esteira da Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava-Jato (Pixuleco 2), sob a acusação de ancorar um esquema de corrupção no Ministério do Planejamento que desviou mais R$ 100 milhões em propinas.

O calvário de Bernardo começou na Operação Pixuleco 2, quando o vereador petista Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, preso na ocasião por ordem do juiz Sérgio Moro, aderiu à delação premiada e revelou às autoridades detalhes do esquema criminoso que funcionou durante cinco anos no Planejamento. A partir de então, a prisão de Paulo Bernardo passou a ser uma questão de tempo.


Gleisi Hoffmann, esposa de Bernardo e dona de insuportável arrogância, só não foi presa na “Custo Brasil” por conta do foro especial por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado. Mesmo assim, o seu envolvimento no imbróglio bandoleiro já é considerado como um sério problema para a tropa de cheque que defende a afastada Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment. Ao lado do “companheiro” Lindbergh Farias (PT-RJ) e da comunista Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi vinha protagonizando um dos mais pífios espetáculos políticos das últimas décadas. Tanto é assim, que sua atuação causava vergonha e constrangimento a muitos de seus pares de Parlamento.

Outro detalhe da Operação Custo Brasil que compromete sobremaneira o PT é a condução coercitiva de que foi alvo Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência e da Secretaria da Aviação Civil no governo delinquente de Dilma Vana Rousseff. Para quem não se recorda, Gabas em várias ocasiões levou Dilma para passear por Brasília na garupa de sua motocicleta. O que mostra não apenas a boa relação de amizade entre ambos, mas a facilidade com que Gabas transitava nos subterrâneos do poder.

Mas isso não é tudo no calvário petista. A Operação Custo Brasil também alçou à mira mais dois companheiros, os quais, nessa condição, provocam arrepios na cúpula da legenda. São alvos da ação policial: Valter Correia da Silva, secretário de gestão da prefeitura de São Paulo (leia-se Fernando Haddad); Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT e marido da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Dilma, Tereza Campelo; e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT e preso e condenado na Lava-Jato.

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