Procuradoria pede prisão de Park Geun-hye, ex-presidente da Coreia do Sul, por corrupção

O Ministério Público da Coreia do Sul requereu a um tribunal, nesta segunda-feira (27), a detenção da ex-presidente Park Geun-hye por acusações de corrupção. As acusações estão relacionadas ao caso “Rasputina”, que já provocou sua destituição (impeachment) como chefe de Estado no início do mês.

Os investigadores consideram que Park é suspeita de suborno, abuso de poder, coação e de revelar segredos de Estado a sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, por sua proximidade com a ex-presidente, segundo comunicado da procuradoria divulgado por veículos de comunicação do país.

“Seria injusto não pedir uma ordem (de detenção), levando em conta que sua cúmplice Choi Soon-sil, assim como os funcionários que seguiram suas ordens e aqueles que pagaram subornos, foram todos detidos”, destaca o texto.

Após perder a imunidade presidencial ao ser destituída no último dia 10 de março, a ex-presidente submeteu-se, na última semana, a intenso interrogatório dos procuradores que durou mais de 21 horas. Park, de 65 anos, insistiu em sua inocência.

“Foram recolhidas muitas provas até agora, mas como a suspeita nega a maioria das acusações, existe a possibilidade de que tenha destruído provas”, acrescenta o comunicado da procuradoria.


Os investigadores ressaltam que as acusações são muito sérias, já que acreditam ter provado que Park abusou “de seu poderoso cargo e autoridade” na hora de permitir que Choi extorquisse empresas e repassasse segredos de Estado, apesar de a amiga não ter qualquer cargo público.

Se o tribunal do distrito central de Seul emitir a ordem pedida pela procuradoria, Park se tornará o terceiro chefe de Estado sul-coreano a ser detido depois do general Chun Doo-hwan e de Roh Tae-woo.

Ela foi destituída no último dia 10, quando o Tribunal Constitucional considerou que feriu a Carta Magna ao confabular com sua amiga Choi Soon-sil para criar uma rede de troca de favores.

A decisão representou a primeira cassação de um chefe de Estado sul-coreano na democracia e obrigou o gabinete do presidente interino, Hwang Kyo-ahn, a convocar pela primeira vez eleições antecipadas, já marcadas para o dia 9 de maio.

Até agora, trinta pessoas foram acusadas pelo escândalo da “Rasputina”, que envolve 53 empresas, entre elas gigantes como a LG, Hyundai e Samsung, cujo presidente de fato, Lee Jae-yong, está detido desde fevereiro, processado por supostamente ter aprovado o pagamento de subornos à rede criada por Choi. (Com agência EFE)

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