PT reclama da atuação da imprensa no julgamento do mensalão, mas quer a militância contra o STF

Cara de pau – Não se trata de novidade para os brasileiros de bem e que gozam de ativa massa cinzenta, mas há na cúpula do PT uma dicotomia irritante. Depois de afirmar que não sabia do Mensalão do PT, de pedir desculpas ao povo pelo maior escândalo de corrupção da história e alegar que fora traído, Luiz Inácio da Silva resolveu adotar o discurso de que tudo não passou de um golpe arquitetado pelos partidos da oposição, por setores da imprensa e pelo Judiciário.

E a fala de Lula tornou-se uma espécie de mantra entre os mensaleiros, em especial os petistas. José Dirceu, o segundo comandante do Mensalão do PT, pois o primeiro foi Lula, disse ter sido injustiçado e condenado sem provas. E colocou a culpa por sua condenação em segmentos da imprensa, que em sua opinião só pode noticiar aquilo que favorece o PT e seus integrantes.

João Paulo Cunha, que é uma espécie de vaidade ambulante, disse que a pena que lhe impôs o Supremo Tribunal Federal, de 9 anos e 4 meses de prisão, foi injusta e recorrerá da sentença para que a Corte reveja o assunto longe dos holofotes. Ou seja, Cunha também credita sua condenação ao fato de a imprensa ter noticiado o escândalo e o seu julgamento no STF.

Ora, quando falam de forma jocosa nos tais holofotes, os mensaleiros ratificam a disposição de controlar a imprensa, como se o Brasil já fosse uma ditadura de fato e de direito. No contraponto, esses mesmos condenados que reclamam dos holofotes da imprensa já convocaram a militância petista para sair às ruas e, como disse José Dirceu, fazer “o julgamento do julgamento do mensalão”. Em outras palavras, os mensaleiros condenados acreditam que a pressão popular fará com que o Supremo mude as sentenças já proferidas, que na opinião do ucho.info foram extremamente suaves se comparadas à extensão do crime cometido.

Os brasileiros precisam estar atentos e alertas, pois esses saltimbancos, que entendem como normal desviar dinheiro público, querem transformar o Brasil na versão continental de Cuba. Ainda dá tempo de reagir e interromper o golpe que está sendo tramado à sombra do silêncio.